Eliana Maciel de Góes
Médica Veterinária
CRMV 4534
No Brasil há 138 espécies, sendo a maior espécie do mundo a Pteropus giganteus (raposa voadora) que vive na Ásia e Oceania e pode chegar até 2 metros de envergadura. O menor, que pesa cerca de 2 gramas é o Tailandês C. tonglongyaii. No Brasil, a maior espécie é encontrada na Amazônia que atinge 1 metro com as asas abertas.
A maior peculiaridade desses animais é a capacidade de voar, sendo o único mamífero que se locomove pelo ar utilizando para isto as mãos que a evolução transformou em asas. Outra curiosidade é o hábito de ficar de cabeça para baixo, pois pousados desta forma os morcegos tem facilidade em iniciar o vôo e também porque a transformação dos membros superiores em asas diminuiu sua capacidade de se manter eretos- além disto, suas pernas e pés não tem força para aguentar longos percursos.
A maioria vê o mundo em preto e branco, o que não é problema para um animal de hábitos noturnos e além disto, contam com a ajuda de ecolocalização, sistema que funciona como um biossonar.
Das quase 1000 espécies de morcegos apenas três são hematófagas, que se alimentam exclusivamente de sangue. Os temidos morcegos vampiros são pequenos e vivem na América do Sul, inclusive no Brasil. A maioria dos morcegos come frutas e insetos contribuindo para o controle da população de moscas e mosquitos e são indispensáveis para espalhar sementes e polinizar vegetais. Ou seja, são vitais para o equilíbrio dos ecossistemas.
Os vampiros, na ausência de presas selvagens, atacam animais domésticos e pessoas. Em sua saliva há uma substância anticoagulante que faz a ferida continuar sangrando além do normal. As fezes, quando acumuladas em grande quantidade em locais úmidos e abafados podem produzir um fungo chamado histoplasma, um pó branco e tóxico que, se inalado, causa uma doença respiratória grave.
Costumam ser animais gregários, mas não são fiéis a um único grupo. As fêmeas tem apenas um filhote por ninhada. Vivem em árvores, cavernas, grutas, forros de casas, entre outros.
O desmatamento, a utilização de pesticidas em áreas rurais e a matança indiscriminada são fatores que já ameaçam algumas espécies de extinção. Só no Brasil, segundo o Ibama, nove espécies correm o risco de desaparecer podendo ocorrer um desequilíbrio ambiental.
Parece que a espécie humana tem sido injusta com seus primos morcegos. Primeiro “demonizando”-os (no papel de Drácula, por exemplo) e agora varrendo-os do mapa.