Assaltos e furtos na cidade fazem moradores reclamarem, viverem com medo e mudarem seus hábitos para tentar evitar novas ocorrências. De acordo com os Indicadores de Criminalidade do Estado de São Paulo aferidos pela Secretaria de Segurança Pública, este ano só em Ribeirão Pires já foram registrados 148 roubos de veículos, 217 roubos, 303 furtos e 59 furtos de veículos.
Dentro desta estatística está um comerciante do Centro, que prefere não ser identificado. Ele já foi furtado cinco vezes em pouco mais de um ano. Garante que todas às vezes foram reflexos da falta de segurança noturna na região. Os meliantes entraram pela parte dos fundos do comércio e saquearam os produtos e mercadorias. “Antes da guarda ficar na região, entraram três vezes, aí colocaram segurança e não aconteceu mais. Só que recolheram a guarda de novo e aí entraram mais duas vezes”, contou o trabalhador.
Nas primeiras vezes o vendedor ainda se motivou a fazer o Boletim de Ocorrência, mas como não viu nenhum retorno optou por não registrar os outros ocorridos.
Levando em consideração que o comércio é de pequeno porte e que o sustento da casa vem todo dali, os prejuízos foram grandes. Dois dos furtos ocorreram logo após as compras de reposição de mercadoria e a perda foi de R$ 500 e R$ 419. “A gente não pode parar de trabalhar. Então vai levando prejuízo, repondo mercadoria e seguindo como Deus quer”, afirmou o comerciante.
Os assaltos na cidade, não se resumem ao comércio local. Muitos bairros são visados por criminosos que aproveitam entrada e saída dos moradores de casa para praticar o crime. É o que conta Oswaldo Alexandre, 57 anos, aposentado. Ele estava saindo com sua filha para levá-la ao colégio e dois sujeitos roubaram o veículo. “Só pedi que deixassem a menina sair do carro e mesmo sem eles concordarem eu me adiantei e falei para ela descer e entrar em casa”, relatou.
Por ser um dia frio e chuvoso, o morador não suspeitou dos rapazes, que estavam encapuzados, até o anúncio do assalto. Os assaltantes levaram documentos, carteira e o veículo sem seguro. “Segui pagando pelo carro, mesmo sem poder usá-lo mais, me senti um lixo”, disse.
Além desse ocorrido, Oswaldo já teve sua casa furtada duas vezes, nesses ocorridos levaram quase tudo de sua residência. No bairro onde mora, os assaltos ocorrem frequentemente e os moradores têm saído das casas em busca de lugares mais seguros para viver com a família. Até por isso o aposentado pede para o bairro não ser citado. “Meus vizinhos querem sair daqui e para isso precisam vender a casa. Vender um imóvel em um lugar muito visado por bandidos é ruim”, completou.
Para evitar novos ocorridos, o pai de família teve que mudar sua rotina. Passou a quebrar com os horários fixos de entrada e saída de sua casa, olhar bem os arredores antes de sair e não deixar a casa sem ninguém. “Coloquei alarme também, apesar de não impedir que eles entrem em casa, pelo menos terão que agir rápido e não conseguirão levar tudo como da última vez”, finalizou.