Moradores da Praça Sabará reclamam de estátuas

Na última sexta-feira, 14 de setembro, funcionários e contratados da SEJEL trabalharam para colocar mais uma estátua na Praça Sabará, no Centro de Ribeirão Pires. Os moradores ficaram irritados já que acreditam que existam outras prioridades para a região.

 

Ana Maria mostra o pinheiro que vão tirar por conta de obra que será instalada no local

De acordo com a moradora Ana Maria Pereira, a prefeitura não consultou ninguém para saber se aquela transformação interessava. “Para nós que vivemos anos aqui, o pinheiro que eles querem tirar é mais importante do que uma estátua”, explica. Esse argumento é reforçado por Alda dos Santos que mora há mais de 30 anos no local: “Faz tempo que estamos pedindo para darem atenção para a praça, ela está sendo tomada por mato. Aí ao invés de cuidarem disso, eles vêem e querem colocar essas coisas”, afirma se referindo as obras de arte.

 

A prefeitura está investindo na idéia “museu aberto”. Obras de artistas renomados como Ise, Nivaldo Santos, Sarro, Lúcio Bittencourt e Maurício Chaer estarão cada vez em mais pontos da cidade. Estes dois últimos escultores foram os escolhidos para decorar a praça. A primeira obra colocada, é em formato de um banco e por ser uma região calma da cidade, já está juntando casais de namorados. “Eu saio para dentro de casa e fico envergonhada de ver as coisas que eles fazem aí”, diz Alda.

 

José Nunes, também morador, discorda da questão do banco pois acredita que em uma praça deve-se ter lugares para sentar. Quanto as demais estátuas, entretanto, ele também não vê sentido. “Descaracteriza o lugar, queremos que conservem o espaço e não que encham de coisas”, disse.

 

O barulho feito pelos moradores foi tão grande que o Secretário Adjunto da SEJEL, Emerson Gilardi, foi até a obra. Ele explicou que o paisagismo também será feito na região e que uma coisa não exclui a outra. “Recebemos vários pedidos para dar atenção à praça, é o que estamos fazendo, as obras serão instaladas em vários pontos da cidade na tentativa de firmar o turismo”, explicou.

 

Ana Maria rebateu a afirmação na hora afirmando que ninguém ali queria nada daquilo, que tirar planta e colocar estátua é um crime. “Já registrei o boletim e a Polícia Militar Ambiental está ciente do absurdo que estão fazendo aqui”.

 

Emerson respondeu que não há qualquer crime já que “as plantas tiradas serão transplantadas em outro local” e que “a movimentação tem autorização e segue todos os trâmites ambientais exigidos”.

 

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