Militância tradicional entra na disputa à Prefeitura com Lima e Arnaldo Boaventura

“Somos legítimos representantes da esquerda”. É com esta frase que Lima, um dos mais tradicionais militantes em causas sociais de Ribeirão Pires, se apresenta como pré-candidato a prefeito de Ribeirão Pires pelo PSTU. Tendo como vice o historiador Arnaldo Boaventura (PSOL), apresenta uma proposta diferente para Ribeirão Pires.

Lima e Arnaldo Boaventura

Lima e Arnaldo Boaventura

“Nossa postura se difere em tudo o que os outros partidos têm apresentado. Estamos propondo, desde os tempos de Heloisa Helena, uma frente de esquerda alternativa ao PT que, na nossa visão é um projeto vencido. Nos propomos a continuar o trabalho que o PT não concluiu”, afirma o pré-candidato Lima.

A transição do ativismo político para a candidatura se deu para agregar as forças de esquerda em prol de um mesmo projeto: “Ribeirão é pequeno e tem poucos ativistas, que lutaram pela Fábrica de Sal, contra o Rodoanel. Agora estamos unidos em prol do mesmo ideal”.

Para ele, a cidade precisa encontrar seu caminho: “Ribeirão Pires não pode crescer, até por conta da lei de proteção aos mananciais. A vocação da cidade é produzir água. É preciso assumir isso, que estamos preservando a água para a metrópole, para São Paulo. Há duas coisas que podem compensar, as verbas do DADE e uma lei que já existe desde 2005 que é a compensação pelo uso da água. Nunca houve regulamentação. E isso poderia dar até R$ 50 milhões por ano a Ribeirão Pires, 10 vezes a verba do DADE. Agora, se o prefeito não for atrás disso, não consegue”.

O DADE está na base das ideias que a dupla tem para a cidade: “Temos como prioridade acabar com a farra política do uso das verbas do DADE, que devem ser usados só em locais de importância ambiental ou cultural aprovados pelo conselho. Vamos brigar por essa regulamentação. Não se pode usá-las e passar o trator em um parque para fazer ‘casinhas de Papai Noel’. Tem que ser algo planejado para a cidade e não para fins eleitorais, como aconteceu com a Rodoviária que usou dois anos de verba do DADE”, afirmou o pré-candidato a vice, Arnaldo Boaventura. Lima completa: “Turismo é o único caminho. Não adianta dizer que irão trazer indústrias para Ribeirão Pires. Isso não vai acontecer. A legislação não permite”.

Há a luta pela valorização da participação popular: “É preciso valorizar e estruturar os conselhos, fazendo com que eles possam, de fato, administrar a cidade. Hoje, quando muito, dá-se alguns palpites que não são ouvidos. Temos que dar força para os conselhos, com poder até mesmo para indicar e trocar o responsável pela área, se ele não estiver trabalhando de acordo”.

Por fim, Arnaldo conclui ressaltando que a cidade precisa de uma mudança de filosofia: “Ribeirão tem um perfil muito conservador e queremos mudar isso. Vemos uma juventude na cidade marginalizada e desacreditada. Mas qual a perspectiva que eles têm? Vemos um país falido, com o Congresso parado há mais de um ano sem discutir um projeto relevante sequer. Como podemos estimular a juventude com esse tipo de representação? Estamos na política para ouvir e respeitar a juventude que tem muito a dizer, mas não tem seu direito respeitado. O jovem é o motor das mudanças”.

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