Meire Gonçalves (46), é nascida e reside em Ribeirão Pires, trabalha atualmente como Assistente a Administrativa e cursa Gestão Pública no Centro Universitário FMU.
MN: Qual foi a maior motivação para encarar o desafio no legislativo da cidade?
MG: Acredito que todos nós devemos ser protagonistas, em algum momento, diante das insatisfações ou desafios. Percebemos nos últimos anos maior adesão dos jovens na política, abertura de mais diálogos sobre inclusão, e o resgate sobre a importância de oxigenar a política institucional para defender mais direitos. Então minha primeira motivação está relacionada ao sentimento de encarar desafios que podem resultar em movimentos e práticas que, de fato, tenham efeito direto na vida das pessoas.
Outro ponto que considero é a questão da presença feminina ocupando a política. Mesmo com salários 20% menores, em média, em relação aos dos homens, as mulheres ocupam as mais diversas profissões, tanto no setor público quanto no privado. Não há mais uma profissão sequer que a mulher não possa desempenhar com competência e eficiência. Quero ser vereadora para abrir novos diálogos, trabalhar e deixar bons exemplos para outras mulheres que possam surgir nesse cenário.
MN: Resolveu entrar para vida pública por não ser representado pelos vereadores que lá estão?
MG: Resolvi me candidatar por entender que o momento exige mais ideias e ações práticas. É sempre importante também valorizar a mulher na política e respeitar a coerência. E ter coerência é você ser verdadeira com o que você diz, acredita e estudou. Sou muito coerente com as minhas ideias e atitudes. Tem um estudo que foi feito com mais de 8 mil pessoas na Índia (lugar também com pouquíssima representatividade feminina) e revelou que quando você tinha mulheres na liderança por mais de dois mandatos, as meninas faziam menos afazeres domésticos, estudavam mais e melhor, tinham resultados melhores, e pra mim o mais interessante é que elas sonhavam sonhos tão grandes quanto os meninos. Então penso que defender mais mulheres na política passa por ouvir mais, defender políticas sociais melhores, incentivar o desenvolvimento econômico, mas perceber que nós mulheres podemos e devemos trabalhar por quem somos. Mais do que isso, é dar o bom exemplo para as gerações que vão surgir.
As mulheres brasileiras ocupam apenas 13% do total das cadeiras do Senado, 15% na Câmara dos Deputados e apenas a 140ª posição no ranking de representatividade feminina no parlamento, entre 193 países pesquisados, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma situação inaceitável.
MN: Qual será sua área principal de atuação se eleita?
MG: É claro que como vereadora vou desempenhar um papel junto à comunidade para refletir sobre diversos setores e em tudo que podemos melhorar em nossa cidade, mas quero trabalhar muito pela humanização de nossa saúde. Dedicar projetos de atenção e cuidado às gestantes, práticas de acolhimento, bem como ações relacionadas aos idosos – desde a atenção básica a cuidados paliativos. Supervisionar que Ribeirão Pires possa contar com serviços essenciais da saúde em pleno funcionamento, mas incentivar práticas humanizadas. Há diversos modelos que funcionam bem em outras regiões e a população da Estância merece ser bem cuidada.
MN: Para encerrar, qual pré-candidato a prefeito acredita que poderá contribuir mais para Estância?*
MG: Faço parte do PL, partido que me recebeu muito bem e vem mostrando força e atenção com questões importantes para nossa região. Na vertente PL Mulher existem debates fundamentais como a violência contra mulher, assunto que merece destaque frequente. A professora Marli Silva conduz muito bem a presidência do PL Mulher na Estância. Portanto o partido tem meu total apoio. Contamos com a pré-candidatura do professor Clóvis Volpi, figura política importante para o Grande ABC e que desempenhou função equilibrada enquanto prefeito para que Ribeirão Pires pudesse alavancar. Temos uma equipe que está trabalhando para contribuir com projetos para retomada do crescimento, que não será fácil, principalmente no pós-pandemia.