Carlos Grana, mais cotado para ser o coordenador da Macrorregião do PT, pretende focar na aproximação do diretório estadual com os grupos municipais do partido, tendo como principal desafio a recuperação da credibilidade do Partido dos Trabalhadores.
Vencedor do primeiro turno do PED (Processo de Eleição Direta), o ex-prefeito de Santo André, deve sair vitorioso também da segunda fase do processo eleitoral interno no PT, no final de abril. Ao assumir a coordenação da Macro, o sindicalista pretende criar uma coalisão com Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo e mais cotado para assumir a presidência estadual do partido na eleição do dia 07 de maio), visando “retomar o diálogo com a sociedade”. Grana reconhece que “a nível nacional o PT foi muito atacado”, e que chegou a hora de “resgatar a imagem do partido combatendo as políticas interrompidas por um governo sem representatividade”.
Apesar da campanha Lula 2018, Grana enfatiza que o calendário eleitoral não é único foco do PT. “As eleições são decisivas, mas nos pautamos no cotidiano. Lutamos para combater o desmonte da Previdência Social, contra o fim da CLT ou da aposentadoria. Congelaram por 20 anos os investimentos em politicas públicas, mas a mentira tem perna curta. Estamos vendo um aprofundamento da crise econômica e desvendando as falcatruas do Governo Temer”.
O ex-prefeito reconhece o trabalho de base realizado pelos diretórios municipais. Grana destacou que o PT tem grandes lideranças em Rio Grande da Serra e em Ribeirão Pires, que se tornam essenciais para o processo de resgate da sigla. “Tivemos bons resultados em Rio Grande com o Claudinho e não perdemos espaço institucional. Mesmo sem representação eleita em Ribeirão Pires, confio que o PT, que já governou, encerrará um ciclo momentâneo. As pessoas estão com uma percepção diferente do que aconteceu no Brasil”, avaliou Grana.
Para ele, o PT sempre foi perseguido, mas o foco da legenda continua o mesmo: políticas públicas voltadas aos menos favorecidos. “O PT tem muito espaço nos movimentos sociais. A nível nacional fomos muito atacados. Hoje o país enfrenta uma recessão institucional e só vamos caminhar pra frente com a retomada da democracia. Estamos retrocedendo. Há 20 anos eu estava nas ruas contra a Dívida Externa, o FMI, a tomada da Base de Alcântara, e estamos retomando essa agenda”.
Por fim, com boa perspectiva de futuro, Grana foi categórico: “A elite brasileira é conservadora, mas nossa liderança é implacável”.