Lipidose hepática: risco para gatos obesos

A lipidose hepática felina consiste em acúmulo de gordura no fígado desencadeada por uma alteração do metabolismo devido a jejum prolongado (mais de 5 dias) principalmente em gatos obesos, mas pode ter relação com diabetes mellitus ou ainda não se saber sua causa (idiopática). É uma doença bastante comum e muito grave.

Os gatos são animais bastante seletivos em relação à alimentação. Qualquer tipo de outro problema (stress, dor, lesão na boca, etc) podem desencadear anorexia ou seja, podem parar de comer por diversos motivos, mesmo simples como uma lesão na cavidade oral, problemas dentários, mudança na ração ou stress ambiental como mudança no ambiente, introdução de novos animais entre outras causas de simples resolução.

O fígado é um órgão do sistema gastrointestinal. Suas principais funções são auxiliar na digestão, servir como depósito de glicogênio (reserva energética), sintetizar proteínas importantes para o organismo e metabolizar toxinas para serem excretadas.

O organismo sempre procura formas de alcançar o equilíbrio, em anorexia há uma alteração da via metabólica de geração de energia, onde, o normal seria obtenção de nutrientes através da dieta (alimento), no caso de animais obesos com acúmulo de gordura no tecido adiposo, a energia para o organismo virá a partir da quebra da gordura depositada (lipólise).

Esta gordura recircula no organismo, e é metabolizada no fígado, para gerar energia. Devido ao alto volume de gordura obtido (obesos) e baixo gasto, há um sobrecarga na função hepática e acúmulo destes produtos no hepatócito (célula do fígado) gerando uma lipidose hepática ou esteatose.

Os sintomas são anorexia a mais de 5 dias, vômitos, encefalopatia hepática caracterizada pelo acúmulo de toxinas no sangue causando deterioração da função cerebral, hipersalivação e apatia intensa. Pode-se observar mucosas amareladas (icterícia), desidratação e aumento do volume do fígado (hepatomegalia).

O diagnóstico pode ser obtido através do exame clínico feito por um Médico Veterinário e exame bioquímico, onde constata-se aumento desproporcional das enzimas hepáticas e ultrassom abdominal.

O tratamento consiste em restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico, tratar a encefalopatia e fazer com que o animal volte a se alimentar para reverter o quadro.

Deve ser oferecida dieta úmida e o ideal é forçar o animal a se alimentar através de sonda.

Caso perceba alguns destes sintomas, ou tenha um gato obeso, procure um médico veterinário para balancear e reformular a dieta do seu melhor amigo a fim de evitar problemas mais graves advindos da obesidade felina. 

Alimentação balanceada e hábitos saudáveis são indispensáveis para o bem estar do seu melhor amigo felino.

Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.

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