Na tarde do último sábado (29), a jornalista e blogueira Valderez Coimbra promoveu uma importante discussão sobre as mudanças propostas no Código Florestal e as adequações do Plano Diretor em conformidade com a Lei da Billings. A Câmara Municipal de Ribeirão Pires serviu de palco para dois palestrantes convidados: o mestre em geografia pelo IPT (Instituto Paulista de Tecnologia da USP), Márcio Ackermann e o presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgílio de Farias.
O evento contou ainda com a participação de autoridades como o vereador Edson Savietto, o Banha (PDT); vereador Antônio Muraki (PTB); presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, José Justino; secretária adjunta do Verde, Meio Ambiente e Saneamento Básico de Ribeirão Pires, Silmara Delfino e, representando o CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) Ribeirão Pires, Wilson Cunha.
Ackermann falou a respeito do Código Florestal e os riscos urbanos e destacou que “é muito importante discutirmos esse assunto, assim, entenderemos a situação e poderemos cobrar as políticas públicas adequadas”. O mestre criticou abertamente a reforma no código proposta pelo governo. “Eles estão tirando restrições para facilitar o uso do solo. Não se está fazendo um debate para aperfeiçoá-lo, é uma mudança meramente comercial”.
Outro enfoque do geógrafo foi a necessidade de proteção das Áreas de Preservação Permanentes. Segundo ele, sem o cuidado das APPs, as pessoas morrem vitimas de acidentes como os que aconteceram recentemente em Mauá e na região serrana do Rio de Janeiro.
Baseado no artigo 22 do Código Florestal, que põe sobre o Executivo a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento e aplicação da legislação ambiental, Ackermann criticou a falta de comprometimento do Poder Público em realizar planos de prevenções, o que poderia evitar tragédias como as ocorridas recentemente.
Márcio acredita que ainda é possível despertar a consciência social referente à ocupação desordenada de áreas de risco. “Não estamos no fim do mundo, estamos no começo de um mundo que ainda não fizemos, onde seremos mais conscientes e com uma nova política pública habitacional”, afirmou.
Já o presidente do MDV foi categórico ao declarar: “Ribeirão Pires tem uma galinha de ovos de ouro nas mãos”, referindo-se aos rios, córregos e a mata nativa presente na cidade. Em seguida acrescentou que “estamos matando essa galinha”.
Para outras informações sobre o amplo debate ocorrido, acesse o blog www.lamparinaurbana.blog.br.