Após a mudança drástica no sistema de gestão da Saúde em Ribeirão Pires, a Prefeitura Municipal preparou um verdadeiro pacote de incentivos para a classe médica em serviço na cidade. Os gastos vão muito além do que era oferecido até então, o que tem colocado em dúvida a capacidade orçamentária da Municipalidade em honrar com o compromisso.
Na tarde desta terça-feira, os vereadores aprovaram dois projetos de lei sugeridos pelo prefeito Clóvis Volpi (PV) para promoção dos médicos. O PL 025/2012 autoriza o médico diarista a realizar plantão no Hospital Municipal e o médico plantonista a realizar atendimento nas UBSs, Centro de Especialidades e outros ambulatórios além de outras providências. Já o PL 026/2012 concede gratificação por assiduidade ao Corpo Médico do Município.
Dessa forma, segundo dados revelados pelo vereador Antônio Muraki (PTB), caso um médico se empenhe em realizar plantões e não faltar ao trabalho poderá receber mais de R$ 14 mil por mês, quase metade do que recebe, por exemplo, um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao justificar a relevância de ambos os projetos, o prefeito declarou: “Não estamos medindo esforços para melhorar o atendimento na área da Saúde para a população ribeirãopirense, por isso temos adotado medidas diversas a fim de solucionar os problemas na Pasta. Inicialmente, tornamos os salários pagos aos profissionais da saúde mais atrativos, em especial dos médicos que, dificilmente encontrarão na região bons salários como aqueles que estamos ofertando”.
Apesar das justificativas, os gastos vão além. A Prefeitura realizou, por três vezes, a convocação de médicos para um concurso público, uma vez que a procura tem sido muito baixa, não completando a quantidade de inscritos necessária para viabilizar o concurso. A data prevista da próxima prova é 22 de abril. Isso tem acarretado em gastos extras para prorrogação das inscrições e até incentivos aos profissionais já atuantes em caráter comissionado para que realizem os testes.
Comparando os atuais gastos com o que era aplicado há alguns meses, quando uma Organização Social de Saúde (OSS) administrava os gastos médicos, esses valores tornam-se exagerados. A Prefeitura se defende quanto aos gastos extras declarando que: “no que se refere ao Estudo de Impacto Orçamentário Financeiro relativo às despesas decorrentes, todos os valores necessários ao custeio da proposta já se encontram previstos no orçamento”.