* Por Gazeta
Dias atrás, uma pesquisa realizada pelo Datafolha, revelou dados alarmantes da maneira como o cidadão comum vê o crime de estupro. Um terço dos entrevistados, homens e mulheres, acham que a culpa é da vítima. Ora, ainda que uma mulher se vista de forma provocante e use uma maquiagem mais chamativa que possa até demonstrar que ela está, de fato, procurando um parceiro, ela pode simplesmente gostar de se vestir desta forma, valorizando seus atributos físicos. A mulher deseja ser amada e não estuprada, mostrando que essa terça parte da população que culpa a vítima está invertendo os valores ao inocentar o agressor e criminalizar a vítima.
Outro caso que mexeu com todos nós foi o impeachment da presidente Dilma. Tudo feito dentro do que rege a constituição, passando pelas duas Casas do Legislativo (Câmara e Senado), com o aval do judiciário, que um grupo de inconformados teima em chamar de golpe. Temos ou não uma inversão de valores? Cito ainda o caso do juiz que condenou o Governo do Estado de São Paulo a pagar uma indenização de oito milhões de reais por danos coletivos por ter enfrentado, através de sua polícia, manifestantes que depredaram e saquearam lojas, agrediram policiais e destruíram viaturas. Ora o bandido virou mocinho e o mocinho virou bandido?
Por fim, a última piada de mal gosto foi protagonizada pelo “coronel” Renan Calheiros, Presidente do Senado que, ao defender publicamente a polícia do senado, que além de extrapolar suas funções ao prestar serviços de contraespionagem fora do Senado (e fora do Estado) para proteger suspeitos da Lava Jato viajando de sul a norte do Brasil as custas do contribuinte, teve o descaramento de chamar um juiz de “juizete” e o Ministro da Justiça de “Chefete de Polícia”. Teve ainda a audácia típica dos que se julgam acima da lei de instar a Ministra Carmem Lucia, Presidente do STF, a dar uma reprimenda “nesse Juiz que determinou a busca e apreensão de documentos e a prisão do diretor e mais três integrantes da polícia do senado”. Ora seu Renan quem afinal o senhor pensa que é?
