Insuficiência Renal Crônica

Leia o artigo do Dr. Renato Holcman CRM. 108341 publicado na 7ª edição da Revista Mais Conteúdo em Julho de 2012.

Os Rins são os órgãos responsáveis pela eliminação das impurezas do organismo através da filtração, bem como a retirada do excesso de líquido do organismo. Insuficiência Renal é o nome dado à redução da capacidade de funcionamento dos Rins.  Essa deficiência pode ser classificada como aguda (com inicio súbito), crônica (manifestada ao longo do tempo), habitualmente relacionada às doenças primárias ou, como podem ser chamadas, doenças de base como Diabetes e Hipertensão Arterial.

A Insuficiência Renal Crônica é umas das principais razões que levam o paciente a procurar o consultório do Nefrologista. Infelizmente, essa doença manifesta sintomas tardiamente, cursando silenciosa por longo período de sua evolução. Não raro, a procura ao Nefrologista se dá já em fase avançada da doença habitualmente classificada em 5 estágios evolutivos. Os sintomas normalmente são fadiga, cansaço, inchaço, hipertensão e, em estágios mais avançados, gosto ruim na boca, anemia mais pronunciada, náuseas / vômitos, soluços etc. Nos Diabéticos, o surgimento de hipoglicemias antes ausentes e sem causa justificada, podem também estar relacionadas à Insuficiência Renal Crônica.  Sintomas gerais pouco associados às doenças Renais contribuem com o retardo do diagnóstico precoce da doença, porque muitas vezes levam o paciente a procurar outras especialidades relacionadas ao sintoma específico ou pior, submeter-se à automedicação. O tratamento consiste quase sempre no adequado controle da doença de base, através de medicamentos e dieta especifica quando necessário. Em estágio final, consiste nas terapias de substituição renal, também conhecidas como diálise, sendo a Hemodiálise a mais conhecida delas. Ela consiste na “filtragem” do sangue, utilizando substâncias que, através de membranas, removem as impurezas de nosso organismo. O sangue limpo é então devolvido ao paciente, em processo similar ao realizado pelos nossos rins. Existem ainda outros tipos de diálise como a CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e a DPA (Diálise Peritoneal Automatizada), que não são realizadas através do sangue e podem ser feitas em casa, através de treinamento adequado e monitoração por equipe de médicos e enfermeiros especializados.

Através de constantes avanços nessa área, hoje o portador de Insuficiência Renal Crônica sob programa dialítico, tem a seu dispor grande arsenal de medicamentos que permitem controlar melhor as doenças de base, a anemia, distúrbios metabólicos, além de medicamentos que participam no controle do metabolismo ósseo. Esses avanços também são encontrados nos novos equipamentos e insumos para diálise, e no melhor controle da água utilizada nesses tratamentos. Tal conjunto confere melhor qualidade de vida aos nossos pacientes, muitos aguardando transplante renal. Como a maioria das doenças crônicas, a prevenção e a adesão ao tratamento são as melhores soluções. Pacientes Hipertensos, Diabéticos e portadores de outras patologias renais como Litíase (pedra nos rins), infecções urinárias e histórico de nefrites, devem procurar um Nefrologista para uma avaliação renal e orientação adequada.

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