Impugnações, polícia e confusão: candidatura de Gabriel Roncon sob risco

Mesmo com prazo curto e tempo recorde, as eleições suplementares de Ribeirão Pires darão muito trabalho para a Justiça Eleitoral. Isso porque há um festival de pedidos de impugnação das principais candidaturas a prefeito.

O caso que mais chama atenção é do candidato Gabriel Roncon, da Federação PSDB/Cidadania. O caso dele chega ao limite da surrealidade pois suplantou os limites da Justiça Eleitoral e até mesmo acabou na polícia.

A complicada história teve início com o desacordo da federação partidária que, segundo a lei é o conjunto de dois ou mais partidos políticos (supostamente) com afinidade programática que se unem por ao menos quatro anos funcionando como uma só legenda. Por conta disso, deve ter personalidade jurídica própria, nesse caso específico, uma executiva municipal que, para estar apta a participar deste pleito, deve ter sido formada, registrada e ter registro deferido até o último dia 31 de maio, como rege a resolução 607/22 do TSE. Ocorre que, em consulta ao Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias, a Federação PSDB/Cidadania inexiste na cidade, como alegam os pedidos de impugnação impetrados pelo PL e pelo Podemos.

No começo de novembro, foram realizadas reuniões buscando um consenso e a convenção foi vencida por Gabriel. Contudo, a questão ficou longe de ser pacificada. Pelo contrário. Em entrevista a TV Gazeta na última terça (22), o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, desaprovou categoricamente a candidatura de Gabriel Eid Roncon às eleições de Ribeirão Pires: “não houve consenso entre a formação da Federação Municipal entre o PSDB e o Cidadania. Dessa forma, a Executiva Nacional definiu por não ter candidato nesta eleição suplementar e, dentro disso, um grupo no município tenta contrariar essa definição e fazer um lançamento de uma candidatura, mas que não tem, dentro da estrutura partidária, qualquer tipo de respaldo. Entendemos que não é (uma candidatura) legal e não pode disputar a eleição”.

Mais do que a falta de apoio partidário e dos questionamentos jurídicos, a confusão chegou à polícia. A presidente do diretório municipal do PSDB, a ex-primeira-dama Flavia Dotto (que chegou a se lançar pré-candidata a prefeita), também questiona a validade da convenção, chegando até a registrar um boletim de ocorrência (número IX7910-1/2022) alegando ter sido inclusa como membro da federação sem ter sido comunicada. Ou seja: uma candidatura que começou errada. E pode terminar mal.

Defesa – Em sua defesa, a candidatura alega que todo o processo teve a anuência do próprio Marco Vinholi, cujo nome inclusive consta em ata anexa ao processo e que a reunião teria, inclusive, sido gravada. Todo o processo corre sob o número 0600083-02.2022.6.26.0183 na Justiça Eleitoral.

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