Hipertensão pulmonar é doença rara e afeta principalmente homens

Caio convive com a doença desde que nasceu

A hipertensão pulmonar é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea nos pulmões. Isso acontece porque, nesses casos, as artérias são estreitas e, às vezes, contém fibroses, o que dificulta o transporte de sangue e sobrecarrega o coração. De acordo com a ABRAF (Associação Brasileira de Amigos e Familiares Portadores de Hipertensão Arterial Pulmonar – site), a incidência da doença é de 25 a 30 pessoas por milhão de habitantes.
Conforme o pneumologista Antonio Pretel Júnior, os principais sintomas dessa doença são a falta de ar e a dificuldade em realizar atividades cotidianas. “O paciente diz que antigamente conseguia andar um quarteirão bem, mas hoje não mais. Às vezes (também não é capaz de) trocar de roupa ou colocar sapato”, conta. Já o diagnóstico é feito por meio de Ecocardiograma ou Tomografia.
Caio Vinícius de Oliveira, 10 anos, é morador de Rio Grande da Serra e convive com a doença. Para a mãe, a auxiliar de enfermagem Neide Valentina Ribeiro, “conviver com uma doença rara não é fácil. Quando meu filho foi diagnosticado, eu achei que o mundo tinha acabado, mas, na verdade, estava renascendo ali. Foi quando eu aprendi de verdade o que é amor e o que é viver cada dia intensamente”, conta.
A forma que a família de Caio encontrou para que o menino pudesse se divertir, já que não consegue praticar esportes por causa da doença, foi a prática da música.
Neide, que é promotora de eventos, explica que não se sentia segura para deixar o filho em casa com outra pessoa, então o levava junto para trabalhar. “Como ele ia comigo, comprava pandeiro, cavaquinho de plástico. Ele ficava brincando e aprendeu a tocar sozinho ao observar as pessoas. Acho que a música é remédio para a alma, porque salvou meu filho. Hoje ele toca e já tocou com várias pessoas do meio do samba, como Turma do Pagode, Diogo Nogueira e Arlindo Cruz”, conta.
Antonio Pretel esclarece também que a hipertensão pulmonar não tem cura e que não há tratamento para a doença, mas que o sildenafil, componente presente no viagra, pode ajudar. “O viagra ajuda muito, porque é um vasodilatador, mas o necessário mesmo é um transplante de pulmão e oxigênio domiciliar como paliativo”, explica.
É por essa razão que Neide espera por um doador compatível com Caio para melhorar sua qualidade de vida. “Com a doação de órgãos, uma família inteira se salva. Quando chegar um pulmão para meu filho, não vai salvar só ele, vai salvar a família toda.”

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