Guto Volpi: a Câmara Municipal como motor para o futuro de Ribeirão Pires

Por Danilo Meira

Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Pires, Guto Volpi tem implantado projetos inovadores e de extrema relevância para o futuro da cidade, como o Câmara 2030, pioneiro no Brasil, que está modernizando o Legislativo e adequando para um futuro mais sustentável, além de trazer a população para perto do local onde são discutidas as questões mais relevantes da cidade. Em entrevista ao Mais Notícias, ele fala sobre o projeto e sobre sua gestão.

Mais Notícias: Um dos grandes destaques da sua gestão é o projeto Câmara 2030. Pode falar um pouco sobre como surgiu essa ideia?

Guto Volpi: O projeto começou quando assumi a presidência. Sempre fomos muito ligados a essa questão do Pet, Meio Ambiente, Cultura e, quando nós estivemos no Consórcio ABC em uma reunião sobre a Agenda da ONU, eu falei que conseguiria fazer esse projeto englobando a Agenda 2030 já de cara, aproveitando que a Câmara Municipal de Ribeirão Pires é um modelo menor. Embora o orçamento também acompanhe esse tamanho, acaba sendo relativamente mais prático de realizar. Pegamos a Agenda, colocamos esse propósito e começamos a trabalhar, discutir internamente e ganhou projeção porque somos o primeiro legislativo do Brasil a implantar essa agenda e ter, por exemplo, energia solar.

MN: Energia solar? Fale mais sobre isso e outras ações

GV: Projetamos implantar a frota elétrica da Câmara a partir do ano que vem, com 60% elétricos carros daqui é, a gente está terminando esse processo agora, mas em 10 dias deve já devemos estar com o totem de alimentação funcionando. Fizemos um bate-papo com o primeiro motorista de aplicativo que possui o primeiro carro 100% elétrico licenciado em Ribeirão. Criamos ainda um pomar urbano com 28 arvores 100% brasileiras e 100% frutíferas e também estamos adequando a captação de água das calhas para a cisterna que chega essa semana e vamos ter um projeto de abelhas brasileiras sem ferrão. Internamente, também estamos mudando toda a estrutura da Câmara. Nós já estamos sem papel, em uma redução de 100.000 folhas de sulfite por ano, quase tudo digital. Os avisos, por exemplo, são todos em televisão, estamos até testando holografia. Queremos implantar isso como uma forma de incentivo para que outras pessoas comecem a olhar isso e entender que eles podem fazer isso no comércio, nas outras estruturas públicas.

MN: O que mais o projeto abrange?

GV: Uma série de iniciativas, como a criação de um espaço cultural homenageando a primeira vereadora da cidade da década de 50. Neste mês de agosto, já começaremos com exposições, receberemos a primeira da Pinacoteca, que é do Banco Itaú, que chegou recentemente para a cidade e vamos abrir o espaço para artistas locais. Toda sexta-feira vai ter feirinha de economia criativa do Fundo Social de Solidariedade. Nós também vamos convidar artistas da cidade a cantar no legislativo, um projeto chamado Palco Urbano. Esse é um novo momento do Legislativo. É um Legislativo que agora também consegue executar ações, isso tudo por ter um propósito, que é a Agenda 2030.

MN: É uma ação que traz a população para dentro do Legislativo. Qual o ganho que vai trazer para a Câmara e para os vereadores?

GV: É um ganho como sociedade, não só pelas questões do dia a dia, que é que todo mundo está acostumado, fiscalizar. Não, é muito mais do que isso, sempre foi mais do que isso. E agora a gente passa a mostrar isso de novo para a sociedade. Trazer o jovem com a parte cultural, exposições de grafite, por exemplo, os grafites na Câmara, todos eles integram o Museu de Arte de Rua, mas a ideia é que não fique só nisso, haja trocas no que é exposto. Pode ser o grafite, pode ser o lambe-lambe que é uma outra linguagem. Pode ser audiovisual, que é uma outra linguagem. Então assim a gente tem uma maneira de trazer o cidadão para perto do Legislativo de Ribeirão Pires e veja a Câmara como algo que integra a cidade, a vida dele. Todas as decisões da cidade, passam aqui então é importante deixar aberto. Abrir a Câmara é um convite para isso. Não tem muro, não tem portão, as pessoas podem circular, como já estão fazendo. Tem esculturas, pomar, pássaros. O projeto Assas com Liberdade transformou o quarteirão, trouxe uma variedade de pássaros que eu mesmo nunca tinha visto e humanizou o ambiente para todos, não só para quem convive com a gente aqui, mas para a sociedade, para o bairro, para a cidade. O mundo vai passar por uma transformação muito grande. Outra coisa legal que é inédito. A nossa frota é monitorada por aplicativo e site. A qualquer hora do dia, onde está o carro da Câmara? O cidadão pode ver onde está e com quem está. Nós fornecemos o login e a senha. Acesso livre. Outra coisa que estamos fazendo, em parceria com a Educação e é parte do Projeto 2030 é a cápsula do tempo. Vamos colocar as questões e, em 2030, alguém vai abrir essa cápsula. Não quisemos estender muito prazo, justamente para não ficar aquela coisa de 50 anos, um século não, daqui 8 anos, próximo Legislativo vai abrir. O mundo vai mudar muito rápido. Eu acho que a gente está dando nossa contribuição com essa iniciativa.

MN: Essa iniciativa interfere nos debates? Você acha que melhorou a qualidade?

GV: Olha, o ambiente tende a transformar essas questões todas. Os debates estão mais intelectualizados, com mais conteúdo. Não deixaram de existir. Estão melhorando. Tudo está sendo muito bem discutido, mas de uma forma mais harmoniosa, inclusive entre oposição e governo. Não tem mais aquela gritaria desnecessária que houve no passado. São discussões como devem ser: democráticas.

MN:  Todas essas medidas passam pela questão orçamentária. O orçamento para essas ações é próprio ou tem algum incentivo de fora?

GV: Não, não é todo da dependente do orçamento público aprovado, repassa para a Câmara e a Câmara administra quase R$ 10 milhões anuais. Muito disso é consumido com folha. Fizemos um concurso e vamos abrir outro, inclusive abrangendo a parte de comunicação, de jornalismo, o que é muito importante para profissionalizar mais o trabalho do Legislativo. Há funcionários que estão para se aposentar em breve. O dinheiro público, a devolução pela Câmara tem duas questões a serem debatidas. De fato, é para se tornar investimento e melhorar processos internos e de relação com a sociedade. Se você não faz investimento, alguns chamam de economia para devolução. Eu já digo que pode não ter necessidade deste dinheiro.

MN: Em um balanço sobre a sua gestão como presidente, qual o destaque? Pretende concorrer a reeleição?

GV: Eu vou concorrer a reeleição. Em minha gestão, eu vejo que o destaque foi aprovar grandes projetos para a cidade, desde projetos que facilitam a vida do contribuinte com a Prefeitura, com as suas responsabilidades. São leis que transformam Ribeirão. Sei que houve aquela polêmica da Taxa do Lixo, mas é o Marco Zero do saneamento e isso é global. E tem a questão da Câmara 2030, que coloca Ribeirão Pires no mundo e o mundo em Ribeirão. A economia com a energia solar. Este é o primeiro prédio público a implantar isso na região e isso tem que servir de exemplo. Isso tem que contagiar. Nem as grandes Câmaras do ABC têm e nós temos. A Escola do Parlamento, que é uma coisa que a gente tem aqui e transformou as assessorias, deve continuar e, inclusive, depois, ampliar para a criançada da idade. É desde a da redação de um ofício que hoje mudou até a linguagem. Nos baseamos muito no que o Pedrinho Botaro tem feito em Santo André, que tem dado um resultado enorme e a ideia é poder abrir sim e cada vez mais interagir, capacitar quem quiser ser capacitado.

MN: Nas próximas eleições, você apoiará o Thiago Auricchio e o Cezinha da Madureira. Qual a importância desse apoio para nossa região. Por que o Thiago?

MN: Primeiro, pelo fortalecimento regional ABC. A gente está pensando em cidade, está pensando o bairro. Mas tem uma coisa que é muito importante que a região. Quanto maior for a nossa bancada federal e estadual, a gente volta a resgatar esse poder político, econômico, social que ela tem. Teremos uma discussão sobre a retomada da industrialização, que é uma coisa que a agência ABC está lutando. A minha escolha é o Thiago Auricchio, pessoal e política. Ele vem de São Caetano, uma cidade que tem todos os primeiros rankings no Brasil. Se aquilo tem que servir de exemplo para a gente, como os gestores, não é? E. Mas eu torço para o ABC, ter uma maior bancada nessa Legislatura. Precisamos dessa força.

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