De uns anos para cá, o número de ex-atletas que dominam a programação esportiva das televisões e rádios do país aumentou consideravelmente. Eles são contratados como comentaristas/jornalistas, mas sabemos bem que eles não são os dois. Um comentarista esportivo, independente do esporte, deve ser um jornalista formado, pois ele vai saber como se portar diante das câmeras e microfones. Percebemos, sempre, que os contratados não formados têm mais dificuldade para argumentar de forma mais “jornalística”.
A única exceção que vejo é Caio Ribeiro, comentarista de futebol da Rede Globo. Apesar de não possuir formação jornalística, Caio sabe bem o que está falando e a forma como ele o faz também é bem próximo de um jornalista. Diria até que ele é mais “culto” linguisticamente falando. Mas, não é apenas isso que não me agrada nesses profissionais de hoje em dia. Principalmente no futebol, naturalmente, muitos dizem que sabem de tudo, que se fossem eles os técnicos, a coisa seria diferente, etc. Meu primeiro desafio: Se sabem de tudo, por que então não vão ser técnicos de futebol? Falcão tentou e não deu certo.
Meu segundo desafio: (se sabem de tudo) Por que não se aventuram a analisar outros esportes? Afinal de contas, quando se sabe de tudo, fica chato ser o maioral. Por fim, me irrita aqueles “profissionais” que dão uma opinião e depois de certo tempo, viram a casaca. Um exemplo clássico – e recente – é o da saída de Luiz Felipe Scolari do comando técnico da seleção brasileira.
Quando a campanha de Mano Menezes estava abaixo do esperado, a maioria foi a favor da saída dele e da volta de Felipão, dizendo que ele era o melhor técnico para o Brasil naquele momento. Crucificaram o Mano até quando puderam e quando a seleção sofreu aquele vexame contra a Alemanha, passaram a crucificar Scolari e a “endeusar” Mano, até colocando o nome dele dentro dos possíveis nomes para 2018. Sendo assim, seja por receber dinheiro, seja por ser “Maria-vai-com-as-outras”, essas pessoas que se dizem entendidas do assunto devem admitir que erraram ao apostar em algo, pelo menos, além de ter muito mais humildade e admitir que não sabem de nada, pois todos nós, seres humanos, sempre temos algo novo para aprender.
