No último sábado, 13 de dezembro, a Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo (SP), foi palco de um momento significativo para a educação e a literatura da cidade. Os escritores Gil Silva e Rafael Marques tornaram-se oficialmente membros da ALP – Academia de Letras dos Professores da Cidade de São Paulo, em uma cerimônia que celebrou a palavra, a diversidade e o compromisso com a formação leitora.
A cerimônia de posse teve início às 9h e foi marcada por uma apresentação teatral realizada com a participação de professores e estudantes da Cidade de São Paulo, evidenciando o caráter formativo, coletivo e cultural que orienta as ações da Academia. O momento artístico reafirmou a literatura como prática viva, que se constrói no encontro entre educação, arte e comunidade.
A condução da cerimônia ficou a cargo de Samir Mustapha, Coordenador do Projeto Academia Estudantil de Letras e Coordenador do Núcleo de Literatura e Leitura da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP). Com sensibilidade e clareza, Samir destacou o papel da ALP na valorização dos educadores escritores e na ampliação dos repertórios literários presentes nas escolas da rede municipal.
Durante a solenidade, Gil Silva tomou posse da cadeira de número 223, que tem como patrono o escritor Itamar Vieira Junior, referência fundamental da literatura contemporânea brasileira, especialmente por sua escrita comprometida com as questões sociais, raciais e territoriais. Já Rafael Marques assumiu a cadeira de número 234, cujo patrono é Olívio Jekupé, escritor indígena responsável por criar o termo “Literatura Nativa”, marco essencial na afirmação das vozes originárias no cenário literário brasileiro.
A entrada de Gil Silva e Rafael Marques na Academia de Letras dos Professores da Cidade de São Paulo reforça a importância de espaços institucionais que reconhecem e legitimam produções literárias comprometidas com a diversidade cultural e com a justiça social. Suas trajetórias dialogam diretamente com a literatura afrocentrada, indígena e diaspórica, perspectivas fundamentais para a construção de uma educação antirracista e plural.
A cerimônia de posse simbolizou mais do que a ocupação de cadeiras acadêmicas, representou a valorização de narrativas historicamente silenciadas e o fortalecimento de uma literatura que nasce da experiência, da ancestralidade e da vivência nos territórios. Ao integrar a ALP, Gil Silva e Rafael Marques passam a contribuir ainda mais ativamente para a promoção da leitura, da escrita e do pensamento crítico, ampliando vozes e horizontes dentro e fora da escola pública.
O evento reafirmou a Biblioteca Mário de Andrade como espaço de memória, diálogo e resistência cultural, e a ALP como uma instituição comprometida com a formação humana por meio da literatura, reconhecendo que educar também é narrar, escutar e transformar.
