Durante a convenção do grupo governista realizada no último domingo, o fato que mais chamou a atenção foi o discurso do prefeito Clóvis Volpi (PV) que, em discurso inflamado, resolveu desabafar contra alguns adversários que classificou como “gente safada” e também oficializou sua despedida dos palanques políticos a 190 dias para o fim de seu mandato como prefeito de Ribeirão Pires.
Mesmo tendo iniciado a fala afirmando que não iria usá-la para externar “algumas mágoas contra adversários” que colecionou durante o mandato, mudou de ideia após exaltar feitos dos últimos anos e disparou contra ataques rivais que estariam, em sua opinião, desconsiderando o trabalho realizado em uma espécie de artilharia gratuita: “a cada pedra que atirarem em mim, eu devolverei dez”, prometeu, externando que a melhor arma contra os ataques é sua carreira política.
Na sequência, afirmou que a escolha da dupla Dedé/Rosi foi feita não porque eles “sabem falar mal dos rivais”, mas sim porque o grupo avaliou a qualidade de ambos, antes de se colocar como muralha em defesa do seu atual vice: “Os adversários tem que brigar comigo e não com o Dedé. Ele é novo (…) a briga política é comigo, chamo para mim o jogo e quero jogá-lo. Atirem a pedra em mim, que vou rebater”. No final, confirmou que está se “despedindo dos palanques” e “talvez da vida pública”, para espanto de muitos dos presentes – alguns, inclusive, estavam sobre o palco.
Mais calmo, em entrevista exclusiva ao Mais Notícias, o prefeito fez uma análise de sua carreira e mostrou confiança em manter o grupo no poder: “Foi uma trajetória de muito sucesso, ganhei 80% do que disputei. Isso para quem nunca imaginou ser político é muito bom. Encerro com um sentimento de vitória, afinal faz um mandato de oito anos e depois eleger o sucessor é o reconhecimento do trabalho. É uma vitória”.
A seguir, detalhou quem seria a tal “gente safada” que citou na sua inflamada fala, dando a entender que são políticos que estiveram ao seu lado e hoje fazem parte da oposição: “São pessoas que comem na sua casa, da sua comida, limpam o prato e depois, por alguma razão, acham que tudo o que foi desenvolvido e do qual faziam parte, não presta. São pessoas que não têm firmeza, oportunistas, soldados que vão a batalha apenas quando está ganha e, se tiver alguma dificuldade, recuam e vão buscar trincheiras. Estas pessoas não são de grupo porque não entendem o crescimento de outras pessoas que estão no grupo. É gente que tem a vida pública cheia de dificuldades. Por isso, eu chamei a briga para mim”.