Eleição emocional; Arrependimento racional

Eleição é algo muito sério, é quando escolhemos quem vai conduzir o país em que vivemos. Séria que é, a eleição deve ser regida pelo melhor do nosso racional.

Mas, ao que parece, não é bem assim que vem funcionando. Desta vez, temos muitos candidatos que sabemos incapazes de fazer por nós o que precisamos: são palhaços, futebolistas, cantores, ex-bbbs, poposudas, gente já cassada antes, etc…

Certamente, alguns deles serão eleitos, passando em mandar em todos nós através da “canetada”. E, depois, passaremos vários anos amaldiçoando essas decisões.

Como podemos, nós mesmos, fazer uma coisa dessas? Hipnose? Não, mas quase: músicas de fundo, gestos acolhedores, sorrisos,… Na verdade muitos sorrisos. Textos comoventes e pessoas (a grande maioria) tentando fazer com que acreditemos que são praticamente nossos melhores amigos; com os mesmos valores, crenças, comportamentos e até o mesmo time de futebol que nós.

Tudo isso é um grande teatro estimulado por talentosos marqueteiros que têm como objetivo maior, único e exclusivo, ganhar dinheiro conquistando os nossos votos.

Mas esses sorrisos, abraços e gestos carinhosos desaparecem depois da eleição, quando precisamos deles. Aliás, os eleitos também somem…

Então, não podemos nos deixar levar pela maquiagem feita de efeitos sonoros, musiquinhas, bandeiras, cores, palavras e cenas montadas que impressionam o nosso emocional.

É esse nosso emocional que nos leva a votar em alguém mesmo sabendo que não confiaríamos nossos filhos a ele ou a ela. E que nos faz votar num, só para não deixar o outro ganhar; ou, noutro, porque ele é gozado, e que nos faz pensar em eleição como se fosse um jogo de futebol.

Nos campeonatos, não importa quem ganhe ou perca, nada muda em nossa vida real. Mas, na eleição, tudo interfere na nossa vida (ou nada muda…).

O uso do racional começa agora: temos que aplacar nosso emocional e votar com a razão tão ligada, a ponto até de percebermos quando um candidato faz promessas mirabolantes só para nos conquistar. Não vamos votar em ninguém só  pelo que  apresenta no programa político. Temos que investigar mais a fundo. Precisamos retirar a vestimenta do “personagem” e buscar a resposta de quem ele realmente é como cidadão, suas reais intenções, seu histórico de vida e profissional, seu passado, seus aliados, sua capacidade e honestidade para realmente nos representar.

Errar o voto, todo mundo erra de vez em quando. Mas, quem vota com a razão, corre menos riscos de errar. O emocional nos trai muito e não deve ser o nosso principal guia quando se trata de assuntos tão sérios como uma eleição.

Feliz voto racional para todos nós.

Dr. Alessandro Vianna, psicoterapeuta

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