A mulher conquistou seu espaço na sociedade, gerando uma mudança no perfil das famílias e influenciando, muitas vezes, negativamente sua própria saúde. O mercado de trabalho, por exemplo, fez com que as longas horas fora de casa alterassem os hábitos alimentares e ocasionassem a interrupção de atividades físicas. Sem contar que a mulher fica sobrecarregada ao acumular as tarefas de ser mãe, esposa e ainda gerenciar a casa. A mudança de comportamento, além dos fatores hormonais e até genéticos, indicam que a mulher precisa ter mais cuidados com a sua saúde adotando simples ações cotidianas. Especialistas do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) aproveitam o mês em que se comemora o dia internacional da mulher e alertam para algumas doenças, cujos índices de incidência são maiores no sexo feminino.
A osteoporose é a mais comentada e uma das mais temidas. Uma em cada duas mulheres acima de 50 anos terão fraturas decorrentes da osteoporose, a doença silenciosa que causa o enfraquecimento dos ossos. No homem, essa incidência é de um para cada cinco homens. Muitas destas fraturas são dolorosas, principalmente, as do quadril, coluna, punho, braço e perna que freqüentemente ocorrem após uma simples queda. Os principais problemas da osteoporose se manifestam na idade adulta, principalmente nas mulheres após a menopausa. “A mulher tem uma perda importante de estrógeno em muito pouco tempo”, explica o médico geriatra do Into Salo Buksman. Uma das dicas de prevenção da doença é preocupar-se com a ingestão mínima de cálcio necessário para manter os ossos saudáveis. São recomendados 1.200 mg por dia. E para quem não gosta de leite é só recorrer a outros laticínios como queijo, por exemplo. Expor-se à luz do sol sem filtro, durante 15 minutos todos os dias, também é muito importante.
Dados da American Podiatric Medical Association, baseada em Maryland (Estados Unidos), indicam que quase a metade da população (47%) deve apresentar doenças nos pés em algum momento da vida. A má notícia para as mulheres é que elas costumam ter quatro vezes mais problemas que os homens. E a escolha dos sapatos é considerada a causa mais comum. Salto agulha, alto, bico fino, solado pesado e chinelinhos rasteiros podem causar calosidades, deformidades dos dedos, retração da musculatura da panturrilha, além de fraturas por estresse e torções. Para isso, “a escolha de calçados que acomodem confortavelmente os dedos, saltos que não forcem demais a panturrilha – entre 3 cm e 5 cm –, tênis apropriados para as atividades esportivas que desempenham, solados firmes e leves dem ser a preferência. Os modelos de bico fino e salto muito alto e finos não podem ser acessórios do dia-a-dia”, aconselha Sérgio Vianna, especialista do Centro de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Into.
Outro problema prevalente no sexo feminino é a chamada Síndrome do Túnel do Carpo, uma inflamação crônica dos tendões flexores dos dedos, que passam juntamente com o nervo na região do punho. Dor, alterações da sensibilidade ou formigamentos no punho, assim como a dormência noturna, são sinais característicos. A doença pode estar relacionada a múltiplos fatores, como movimentos repetitivos devido ao trabalho manual, tendo associação também com alterações hormonais (menopausa e gravidez), o que explica o porquê de haver mais mulheres comprometidas do que homens. Além disso, há razões traumáticas e metabólicas (diabetes e hipotiroidismo). “Medidas de caráter geral como cuidados dietéticos, exercícios físicos regulares e correções posturais auxiliam no controle das doenças de base e previnem o aparecimento dos sintomas”, recomenda o especialista do Centro da Cirurgia da Mão do Into, Saulo Fontes.