Moradores do distrito de Ouro Fino Paulista estão enfrentando um sério problema com a rodovia SP-31, também conhecida como Rodovia Índio Tibiriçá. Após a duplicação das faixas, o índice de acidentes aumentou (de acordo com moradores locais), o trânsito tornou-se mais rápido e, com isso, dificuldade para que o pedestre encontre um local seguro para travessia. A reportagem do jornal Mais Notícias foi convidada pelo vereador Jorge de Moraes, o Jorge da Autoescola (DEM), também morador de Ouro Fino, para verificar a situação em que se encontra a localidade.
Segundo Jorge, após as recentes reformas promovidas pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem), responsável pela rodovia, a sinalização e o trânsito ficaram muito bom para o condutor, porém, os pedestres perderam muito com a atualização da Tibiriçá. “Em todo o percurso que corta Ouro Fino não há faixa de sinalização, a pista está boa para os carros, mas prejudica pedestres”. No entanto, mesmo motoristas enfrentam certa dificuldade. Como não há sinalização adequada para entrada nos bairros, os motoristas que tentam pegar o trânsito da rodovia enfrentam muita dificuldade em certas áreas, colocando a vida em risco, já que trechos onde havia acostamento foram transformados em segunda faixa.
O lojista Antônio Casanova, proprietário de uma loja de materiais de construção, assiste diariamente ao drama de quem tenta sair do bairro para acessar a Índio Tibiriçá. “O ônibus escolar demora cerca de 20 minutos para entrar na faixa. O DER não está nem aí pra nós”, disse. Já Edinailda Rodrigues, comerciante e proprietária de uma casa de rações revela os perigos assistidos da bancada de sua loja: “Tem acidente direto. Tenho que sair daqui orando. Se pararmos no acostamento um caminhão pode vir pra cima da gente. A noite é o pior horário”.
Enquanto acompanhávamos o vereador Jorge, nossa reportagem se posicionou abaixo da passarela localizada no centro de Ouro Fino, flagrou vários moradores atravessando entre o trânsito, ignorando o perigo e a passarela. Ao questionarmos um senhor que quase foi pego por um caminhão, do porque de não atravessar pela única passarela da região, ele responde: “Tenho que dar muita volta pra atravessar, prefiro passar por aqui”.
Para o DER, os problemas com acidentes, dificuldades de travessia e demais inconveniências, não existem. Quando questionado por nossa reportagem sobre prazos para a finalização das obras na rodovia, o DER informou, em nota, “que as obras de melhorias da Rodovia Índio Tibiriçá já foram concluídas e várias ações foram realizadas para aumentar a segurança dos usuários. Por se tratar de local bastante urbanizado, foram implantadas calçadas e Safety Boxes (área no centro da pista que possibilita o pedestre a atravessar a via) em vários trechos da via para facilitar a travessia e garantir a segurança dos pedestres (nossa reportagem verificou apenas 01 em todo o percurso), além de redutores de velocidade. Vale ressaltar que em pista simples não são implantadas passarelas”.
Para os motoristas, o Departamento esclarece que apesar de existir muitos acessos a rodovia, o ideal é que seja utilizado o retorno mais próximo ao invés de atravessar a via, evitando assim, a ocorrência de acidentes. No entanto, há apenas duas rotatórias em todo o perímetro, com uma distância aproximada de 2 km entre elas.
O DER informou que será enviada uma nova comissão técnica ao local para verificar as necessidades dos moradores locais. Constatando os problemas, um novo projeto será preparado para solucionar os incômodos.