Insatisfeitos com a sigla onde estão, ou visando novas oportunidades, alguns vereadores de Ribeirão Pires estão querendo fazer as malas e migrar para outros partidos. Um deles é Saulo Benevides, do Partido Verde, que conta com duas opções de escolha: o PSC (Partido Social Cristão), do qual sua irmã, Rosângela Benevides, é a atual presidente do diretório municipal; e o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), que tem a deputada estadual Vanessa Damo a cargo da coordenação regional da legenda e com quem Saulo tem grande proximidade. “A gente tem um pré-acordo com o PSC, mas também não está descartada a possibilidade de ir pelo PMDB; vamos conversar com o nosso grupo de apoio, para ver por qual partido vamos disputar a eleição, mas com certeza o PSC vai fazer parte da chapa, o PMDB também, o PMN, vamos sair com chapa completa”, fala.
Apesar do PMDB estar em sua lista, Benevides confessa ter um certo receio, tudo por conta da relação de amizade entre o prefeito Clóvis Volpi (PV) e Nilson Bonome (PMDB), secretário de Gabinete e Saúde de Santo André, homem influente na sigla. “A gente sabe da proximidade do Clóvis com o Bonome, da força que o Bonome hoje tem no PMDB e da proximidade dele com o Michel Temer. E ventilou-se que o Clóvis tentou fazer um lobby para pegar o PMDB para fazer parte do grupo dele, então, tenho um pouco de receio de ir para o PMDB por causa disso. Eu acho que a Executiva Estadual do PMDB demorou para indicar a Vanessa como coordenadora regional, porque já era para a gente estar com esse trabalho adiantado, mas enfim, ainda dá para montar um grupo bom”.
Para o vereador, sair do PV é uma decisão sem volta. “Isso está definido na minha vida, no meu grupo político, não fico no PV, até porque foram sete anos de desgaste, de falta de espaço político em todos os sentidos. O grande problema do PV é que, infelizmente, só uma pessoa tomou decisões, não teve um processo democrático, o partido é do Clóvis. A gente pode falar o que quiser do PT, mas eles discutem, brigam entre eles, tem as ideias diferentes, mas entram em um consenso, e o PV em Ribeirão Pires não é assim, quem decide é o Clóvis”.
Benevides diz que dificilmente sairá candidato a vice; a meta é a cadeira principal. “A ideia mesmo é ser candidato a prefeito. Eu acho que a gente tem condições hoje, o nosso grupo está grande, o grupo de apoio também e podem ter certeza de que a gente não vai decepcionar”.
O mesmo sentimento de falta de espaço tem o vereador Koiti Takaki, também do PV. Assim como Benevides, ele afirma que não há mais possibilidade de continuar na sigla. “Não vejo espaço na administração”.
A primeira opção é ir para o PHS (Partido Humanista da Solidariedade), cujo presidente do diretório municipal é Fábio Cesário, o Baby, seu chefe de gabinete. “O grupo já está montado”, fala Takaki.
Outro que pode deixar a sigla a qual está filiado, o PR, é o vereador José Vicente de Abreu, o Vicentinho. “A minha ideia é saber se tenho espaço ou não no PR. Se eu não tiver espaço para disputar um cargo majoritário, pretendo ir para outro partido para fazer uma composição e poder sair candidato a prefeito. Já tenho condições para isso, mas só sairei do partido com destino certo”, diz.
Segundo ele, já há conversas com outras siglas, como o PTN (Partido Trabalhista Nacional), presidido por sua noiva, Cléo Meira. “Existe também a possibilidade de montarmos um partido novo, o PSD (Partido Social Democrata), criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab”.