Confira a trajetória política dos principais candidatos à presidência

Faltam apenas três dias para o pleito que elegerá governador, deputado estadual, deputado federal, dois senadores e presidente da República. Este ano, as eleições contam com uma novidade: a obrigatoriedade de apresentar, na hora de votar, junto ao título de eleitor, um documento com foto.

Presidenciáveis, um por todos, todos por um

Na disputa pela presidência, mudanças marcam a reta final. Pesquisa Datafolha, divulgada no dia 28, mostrou que a candidata do PT, Dilma Rousseff, caiu três pontos percentuais nos últimos cinco dias, passando de 49% para 46%. José Serra (PSDB) aparece em segundo lugar com 28%, seguido por Marina Silva (PV) com 14%. Em relação à pesquisa anterior, o tucano permaneceu estável e a candidata do Partido Verde oscilou positivamente um ponto percentual. Os outros candidatos, individualmente, não alcançam 1%, cada. Juntos, porém, atingem a marca.

Nos votos válidos, observa-se uma queda importante de Dilma Rousseff. Em cinco dias, ela caiu três pontos percentuais e aparece com 51% dos votos válidos. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, seria impossível apontar vitória da petista no primeiro turno, caso a eleição fosse agora.

Na última edição do caderno especial “Política Regional”, o Mais Notícias traz um breve histórico dos três principais candidatos à presidência da República. Confira:

Dilma Rousseff, do Comunismo ao Petismo

Dilma se filiou ao PT em 2001

Os adversários e opositores da candidata Dilma Rousseff alegam que ninguém conhece essa figura. No entanto, segundo as pesquisas, está mais provável que ela seja o novo governante-mor da República Federativa do Brasil. Dilma Vana Rousseff é filha de um engenheiro e uma professora. Ela estudou em colégio católico em Belo Horizonte. O primeiro contato com o marxismo se deu durante a adolescência quando foi estudar em um colégio público. Por causa do período de ditadura militar, ela foi obrigada a viver na clandestinidade usando codinomes para não ser encontrada pelas forças de repressão. Foi presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, com a acusação de “papisa da subversão”. Ficou detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde foi torturada. Posteriormente foi enviada ao Dops. Conseguiu a liberdade três anos depois quando muda-se para Porto Alegre e entra para a faculdade de Ciências Econômicas, na UFRS.

Após receber o perdão do governo militar, ela filia-se ao PDT (Partido Democrático Trabalhista). ambos do Rio Grande do Sul. Foi somente em 2001 que se filiou ao PT (Partido dos Trabalhadores). Depois de permanecer por algum tempo no Ministério de Minas e Energia, assumiu como chefe da Casa Civil, só saindo para concorrer à presidência.

O Doutor José Serra

Como Ministro da Saúde, Serra comandou uma campanha de combate à AIDS, reconhecida como referência mundial adotada por muitos países

José Serra é paulistano. Foi presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo entre 1962 e 1963, quando era adolescente.

Assim como a adversária política, Dilma Rousseff, foi perseguido pelo governo militar, e teve que se exilar no exterior, onde, em razão de dificuldades, não pôde concluir seus estudos de engenharia.

Enquanto trabalhava como professor no Chile, a ditadura de Pinochet levou Serra a um novo exílio, desta vez nos EUA, onde continuou os estudos e obteve o doutorado. Voltou para o Brasil em 1978, trabalhando na Unicamp e na Folha de S. Paulo. Neste ano ajudou a fundar o PMDB, sendo relator do primeiro programa do partido.

Atuou como Secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo no governo de Franco Montoro (1983-1987). Em 1986 foi eleito deputado federal, conquistou a reeleição e depois seguiu direto para o Senado. No governo de FHC foi nomeado ministro do Planejamento e Orçamento até 1996. Dois anos depois, Serra ficou responsável pelo Ministério da Saúde onde comandou uma campanha de combate à AIDS, reconhecida como referência mundial adotada por muitos países. Implantou os genéricos e regulamentou a lei de patentes aprovando uma resolução da OMC (Organização Mundial do Comércio) que permite aos países quebrarem patentes em caso de interesse da saúde pública.

Foi prefeito de São Paulo a partir de 2004. Mesmo prometendo cumprir integralmente o mandato, deixou o cargo para concorrer ao governo do Estado. Foi eleito governador de São Paulo, no primeiro turno, em 2006.
Em abril deste ano, José Serra afastou-se do governo do Estado, a fim de assumir sua pré-candidatura à presidência da República pelo PSDB.

Marina Silva: do PT ao PV

Marina lutou ao lado de Chico Mendes e com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores do Acre, em 1985

Marina Silva é natural de Rio Branco/AC, nascida em 1958. Em 1981 entrou na Universidade Federal do Acre, onde se formou em História. Por um tempo, foi militante do PT onde estava engajada no movimento sindical. Lutou ao lado de Chico Mendes e com ele fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Acre em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986. Nessa época foi candidata a deputada federal por esse partido, porém não foi eleita. Dois anos depois assumiu o cargo de vereadora de Rio Branco, conquistando a única vaga da esquerda como a candidata mais votada.

Enquanto atuava no legislativo municipal atraiu adversários políticos por combater os privilégios dos vereadores. Exerceu seu mandato até 1990 quando, como deputada estadual, também obteve a maior votação. O mesmo se repetiu com a campanha para senadora do Acre em 1994. Atuou como secretária Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT de 1995 a 1997.

Em 2003, o presidente Lula a nomeou como ministra do Meio Ambiente, cargo que entregou em 13 de maio de 2008, quando pediu demissão da Pasta e voltou para o Senado. No ano seguinte, ela anunciou sua desfiliação do PT e entrou no PV em junho de 2010. No mesmo mês, ela anunciou oficialmente sua candidatura em uma convenção do Partido Verde na qual afirmou pretender ser a primeira mulher, negra e de origem pobre, a governar o Brasil.

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