Muito se fala sobre a violência e os traumas gerados por ela. Pessoas atirando em outras sem motivo, se é que existe motivo para se atirar em alguém. Situações inimagináveis acontecem e fazem um verdadeiro estrago na vida das pessoas. Mas o fato é que todo ser humano vivencia situações traumáticas, isso é inevitável. Num acidente uma pessoa pode se machucar muito e outra apenas assistir, quem ficou mais traumatizada? Acreditar que foi a que se feriu nem sempre é a resposta correta.
Quando vivenciamos situações traumáticas as informações ficam armazenadas em nosso cérebro. Elas naturalmente são integradas e o trauma se dissolve, mas em algumas situações isso não acontece elas voltam à tona toda vez que aquele ponto no cérebro for acessado quer seja por movimentos dos olhos, por pensamentos perturbadores ou por novas situações similares à traumática, formando comportamentos disfuncionais. O que antes era fácil agora passa a ser muito difícil.
Como as crianças ainda não têm um filtro desenvolvido para lidar e discernir os acontecimentos, estão mais suscetíveis a permanecer no trauma mesmo em situações que, na maioria das vezes, para um adulto não teriam o mesmo impacto. Ao longo dos últimos 10 anos fazendo coaching com executivos de carreiras brilhantes fui percebendo que a conversa não alcança bons resultados em todas as situações. E, investigando com mais profundidade cheguei a um ponto em comum – traumas, principalmente da primeira infância, mas também da vida adulta.
Sabemos que pensamento gera emoção que gera comportamento. Mas como mudar pensamentos? Nós, seres humanos, somos complexos demais. Infelizmente não temos como fugir de traumas, coisas cruéis acontecem para boas pessoas. E a vida nos convida a dar a volta e encontrar a felicidade. Estas descobertas são apenas o começo de uma longa jornada na ampliação da compreensão sobre como funcionamos, onde estão nossos botões e como os acionamos.