Comissão da Verdade colhe depoimentos do Dr. Nicolau Assef, fundador do Hospital Ribeirão Pires

São 50 anos desde que o Golpe Militar assumiu o controle do Brasil, mas ainda hoje vários crimes não foram solucionados. Hoje desaparecimentos e mortes daquela época serviram de respaldo para que a Comissão da Verdade fosse instaurada, ajudando familiares a descobrir o paradeiro ou pelo menos tentar saber a respeito de seus entes queridos.

Dr. Nicolau durante depoimento na Câmara Municipal

Dr. Nicolau durante depoimento na Câmara Municipal

Na última reunião realizada em Ribeirão Pires, o médico Nicolau Assef, sócio fundador do Hospital Ribeirão Pires, foi convidado para prestar depoimento sobre a época em questão. Enfatizando que não sofreu agressões e repressões físicas, o Dr. Nicolau comentou a respeito de duas prisões que sofreu, mas lamentou mesmo a perseguição política sofrida durante a Ditadura Militar. “Eu, enquanto comunista não podia me manifestar. Não me deixavam nem mesmo exercer minha profissão de maneira digna”, conta ele, que se lembra de não conseguir trabalho por conta de sua situação política. “Vivi as duas partes daquela época: antes e depois das torturas, mas sofri apenas com relação a meus ideais”, lamenta.

Falando também a respeito de colegas de militância, o médico comentou a respeito de um antigo delegado cujo nome, lembrou-se apenas do primeiro, o chamando de Alcino “Esse sim merecia ser punido. Ele xingava, dava bofetadas e nós não tínhamos como nos defender”, ressaltou Dr. Nicolau. Os membros da Comissão da Verdade se responsabilizaram em descobrir o sobrenome do ex-delegado e convoca-lo para prestar os devidos depoimentos.

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