Por Danilo Meira, jornalista responsável pelo Mais Notícias
Há entre a população, uma grande inquietação no que diz respeito à política. E isso não é exclusivo dos brasileiros. Esta semana, chamou a atenção uma tendência que se desenha na eleição presidencial norte-americana – talvez a mais importante do planeta: a ascensão de Ben Carson, o “outsider” ou “não político”, nas prévias do partido Republicano.
Neurocirurgião reconhecido em todo o planeta (foi o primeiro médico a separar com sucesso gêmeos siameses, nos anos 80), Carson é o inverso de seu opositor Donald Trump, multimilionário reconhecidamente “fanfarrão” e celebridade que, embora seja também um “outsider”, tem assustado com comentários polêmicos (e até xenofóbicos). Carson, por sua vez, ascendeu da classe pobre, tem discurso firme e, principalmente, diferente dos políticos tradicionais.
Esta situação mostra que a “velha política” chegou ao seu limite, por ser fundamentada em jogos de interesses, trocas de favores e, principalmente, falta de transparência, esmagada por dinheiro, interesses e influências. É só olhar ao Brasil, onde fatos como a Operação Lava-Jato para comprovar que, infelizmente, esse cenário é cotidiano e recorrente no país, independentemente de partido político.
O que a população quer, as “vozes da rua” cobram, é um governo transparente e eficiente, que não sangre a população para sanar seus próprios defeitos e saiba contornar seus déficits e problemas financeiros com medidas austeras e planejamento e não o “simplismo” da cobrança de impostos e piora nos serviços públicos. Governantes que saibam ver, escutar e resolver problemas ao invés de se postar em berço esplêndido à espera de eventuais milagres ou verbas que caiam do céu. Que tenham a noção do quanto é doloroso perder um ente querido por falta de medicamento ou perder minutos preciosos de convívio familiar por um sistema de transporte ineficaz. Que saibam a cor do piso das calçadas e não apenas do piso de mármore dos gabinetes.
Enfim, que estejam ao lado do povo, sem a vaidade de querer “marcar o nome na história”, e mantendo foco em construir uma sociedade mais justa e sustentável. Parece difícil? Para quem está integrado ao sistema sim. Mas não para quem vem de fora, com ideias novas. É, ao que parece, a situação está virando a favor dos “outsiders”…