Apesar de ter sido uma reunião relâmpago, dois fatos chamaram atenção durante a sessão da Câmara realizada na última terça-feira, dia 29. Um deles foi a quietude mantida pelos vereadores dois dias depois do estouro de um escândalo envolvendo um suposto esquema de corrupção na Saúde do Município.
Pouco antes do início dos trabalhos, as pessoas presentes já manifestavam curiosidade em relação ao posicionamento dos vereadores, em especial os da oposição. Quando o vereador Saulo Benevides (PMDB) levantou-se, carregando consigo recortes de jornal com as matérias sobre o fato, houve silêncio na Casa. “Vim falar de um tema importante: a Saúde Pública”, com essas palavras Saulo iniciou sua fala, no entanto, o que causou estranheza aos presentes foi o que ele disse a seguir:
“Apresentamos uma CEI que só teve quatro adesões (a de Saulo, Gerson, Vicentinho e Koiti). Entendemos o posicionamento de cada vereador. Acompanhamos um abaixo assinado e as assinaturas necessárias para a implantação de um projeto de lei de iniciativa popular já estão na Casa. Vamos deixar a discussão para a semana que vem. Até lá, nós vereadores vamos nos reunir e debater o assunto e as providências a serem tomadas”. Após a curta fala, aqui reproduzida na íntegra, a sessão foi encerrada sem mais explicações, não antes do vereador Antônio Muraki (PTB), líder de governo na Câmara, pedir o adiamento dos três itens da Ordem do Dia, deixando os vereadores sem qualquer matéria para apreciar, acelerando o término da sessão, sob a alegação de que a casa “precisa de mais tempo para discutir” o novo Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos e a alteração de uma cláusula do Convênio de Cooperação Técnica com a ACIARP.
A ‘não atitude’ da Casa virou motivo de preocupação por parte do público presente. Antes de deixar a plenária, um munícipe protestou em voz alta: “O prefeito já comprou o silêncio dos vereadores” – comentário que gerou olhares de reprovação da parte de dois edis. Agora, tanto a população quanto os demais interessados no assunto aguardam qual será o posicionamento da Câmara na próxima sessão, em 5 de junho.