A umidade relativa do ar em São Paulo permanece baixa e em níveis de alerta. Com o tempo seco, os riscos de propagação de incêndios aumentam, e as pessoas devem redobrar os cuidados para preveni-los. Somente nesses primeiros oito meses do ano, o Corpo de Bombeiros já atendeu 22.680 ocorrências de focos de incêndio na Capital, ultrapassando o total de 22 mil em 2009. Para que esse número não cresça ainda mais, atitudes simples da população podem auxiliar no trabalho de prevenção dos bombeiros.
A umidade do ar, normalmente, é mais baixa no inverno e no início da primavera. Nessa época, há um aumento dos problemas respiratórios, além de favorecer e potencializar as ocorrências de incêndios. Segundo o tenente Marcos Palumbo, do setor de comunicação do Corpo de Bombeiros, apenas na última quinta-feira (26), foram atendidas 68 ocorrências de incêndio em locais com vegetação na Capital. “No ano passado, atendemos, em média, 61 ocorrências de focos de incêndios em matas por dia. Neste ano, até agosto, a média é de 94”.
Fatores de risco e prevenção
Palumbo ressalta que grande parte dos incêndios pode ser evitada com simples cuidados e precauções tomadas pela população. “Simples atitudes poderiam ajudar a prevenir esses focos de incêndio. As pessoas precisam se conscientizar e redobrar os cuidados nesta época do ano”, advertiu.
Um dos principais fatores que ajuda a propagar o fogo é a queima realizada por moradores para limpar terrenos. Palumbo explica que essa prática é extremamente perigosa, além de ser proibida e caracterizar crime ambiental. “As pessoas insistem neste tipo de limpeza, infringindo a lei. O mato está seco e facilita a rápida propagação do fogo, devido à condição do tempo e da vegetação”, explica. Além do risco de incêndio, colocar fogo para limpar terrenos provoca a poluição atmosférica, afeta a fauna e pode destruir a fertilidade do solo.
Outra dica para proprietários rurais, que possuem terras às margens da rodovia, é redobrar a atenção com os aceiros – faixas de terra sem vegetação. É necessário que essas áreas permaneçam limpas para evitar, justamente, os casos de incêndios. A palha roçada ou gradeada deve ser retirada da faixa do aceiro para evitar a propagação do fogo de uma área para a outra, já que uma pequena palha em brasa é transportada rapidamente pelo vento.
Palumbo relembra que uma simples bituca de cigarro acesa e descartada por motoristas pode causar incêndios de grandes proporções. “O vento e o tempo seco ficam responsáveis por fazer com que o pequeno foco se alastre rapidamente”, justifica.
O terceiro fator que a população deve evitar e ajuda no trabalho de prevenção de queimadas é o descarte de lixo nas ruas e terrenos. O sol, em contato com o vidro, cria um ponto de convergência dos raios solares, provocando uma combustão espontânea. Latas jogadas ao chão, por si só, são capazes de produzir faíscas, quando se chocam ao solo. Aliadas à vegetação e ao tempo seco, assumem as características do vidro, podendo causar chamas.
Ações
Para proporcionar uma ação rápida e eficaz no combate aos incêndios, com atenção especial às áreas de cobertura vegetal nativa, é realizada a Operação Mata Fogo – combate a incêndios em matas e também na área urbana. A ação é feita sempre que a umidade do ar fica abaixo da média e o clima seco está presente. A operação é desenvolvida em todo o território do Estado de São Paulo.
Dicas
Alguns cuidados ajudam a melhorar a umidade do ar e a respirar melhor:
. Consumir bastante água;
. Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h;
. Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e recipientes com água;
. Sempre que possível, ficar em locais protegidos do sol;
. Usar soro fisiológico nos olhos e no nariz;
. Evitar aglomerações em ambientes fechados;
. Evitar carpetes ou cortinas que acumulem poeiras;
. Não usar roupas e cobertores de lã ou pelos.