Por Gazeta
Na edição 832 de 14 de setembro de 2018, utilizei esse mesmo espaço para expor minha posição referente a realização de um provável segundo turno das eleições presidência sob o título “Segundo Turno, Poste ou Fanfarrão”. O poste, obviamente, era Fernando Haddad (Andrade para os íntimos) e o fanfarrão, Jair Bolsonaro.
O artigo baseado em entrevistas e declarações do hoje Presidente, mostrava claramente que Bolsonaro não tinha o perfil do comandante que o Brasil precisa neste momento. O País carece de uma figura lúcida, conciliadora, e de aliados fiéis e comprometidos com os projetos que precisarão ser postos em execução para sairmos da crise atual e livrar-nos de outra a médio e longo prazo caso não sejam tomadas medidas para conter os gastos públicos.
No entanto, a atuação do Presidente parece corroborar as informações sobre seu caráter, agressivo, ilógico e irracional.
Ao promover a “fritura” pública de seu aliado e ministro chefe da Casa Civil Gustavo Bebianno, hábil negociador e bem visto frente aos demais Ministros da República, além do Presidente da Câmara Rodrigo Maia, Bolsonaro endossou as palavras do Coronel Carlos Alfredo Pelegrino seu superior nas Forças Armadas que disse em documento produzido pelo Exército: “Ele (Bolsonaro), tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos.”
A demissão do Ministro da Casa Civil poderá acarretar dificuldades adicionais na já difícil missão de fazer passar a reforma da Previdência e, a julgar pelos antecedentes, podemos esperar novas ações desagregadoras por parte do irascível “Capitão”, como era chamado por seu ex-parceiro e colaborador – agora provavelmente novo desafeto – Gustavo Bebianno.