Aulas de natação para nossos filhos

Já é de conhecimento que o trabalho na água é benéfico e recomendado.  Dentre muitos benefícios podemos elucidar: auxilio na melhoria da flexibilidade, ritmo, coordenação, desenvolvimento pulmonar cardiovascular, combate ao stress, prevenção de desvios posturais, anomalias dos pés, etc. Também podemos citar o fator socialização, onde auxilia pessoas extremamente tímidas e com indícios de depressão a uma melhor integração com o meio. Mas será que para alcançar todos ou parte desses resultados basta apenas frequentar a academia que o resultado aparece?

Toda atividade física tem que partir do principio relacionado à satisfação pessoal. O aluno tem que terminar sua aula com aquele “gostinho de quero mais”. Porém, regras para o alcance de um resultado seguro, nunca podem ser dispensadas. Basicamente, devemos ensinar quatro estilos: crawl, costas, peito e borboleta, acrescentando variantes: costas simultâneo, peito de costas, meddley, saídas e viradas, etc. Além do aspecto técnico, há também fatores de segurança que devem ser respeitados e algumas etapas consideradas passagens obrigatórias dentro da aprendizagem: adaptação,  respiração correta, flutuação, propulsão, ficar em pé corretamente e com segurança, mergulho e principalmente auto confiança. Passar por todas essas fases visando assimilação de 90% do conteúdo requer tempo e dedicação. Os movimentos básicos no ensino da natação têm que ser executados o mais corretamente possível, pois podem comprometer articulações, músculos e até coluna vertebral. Por isso é que às vezes ouvimos casos em que alguém se matricula na academia com o objetivo de amenizar algumas dores e que essas mesmas dores foram ficando mais intensas.

É muito gratificante ver um filho ou ente querido no podium nas colocações de destaque, mas o mais importante é verificar COMO ele nadou. Deu os famosos “tapas” na água ou deslizou? Seja critico, exija e questione!

O estilo costas é muito indicado para pessoas com desvios de posturas (hipercifose, escoliose, hiperlordose), porém, a mecânica do nado tem que ser executada corretamente. Braçadas com excessivas flexões de punho e cotovelo, pernada muito funda ou muito alta e rotação excessiva dos ombros são erros comuns. É nesse ponto que as fases do aprendizado devem ser respeitadas.  Não deve haver pressa! Velocidade é consequência de uma série de movimentos seguros e tecnicamente corretos. Quando ultrapassamos uma fase da aprendizagem sem a devida assimilação da base, fatalmente pelo menos um deles será sacrificado na sua execução, o que pode causar quadro prejudicial.  E quanto aos “traumas”? É correto “jogar” o aluno na água e deixar que o trauma desapareça ou entregar uma “prancha” e dizer que está em adaptação?  Em primeiro lugar, temos que respeitar o “MEDO” do aluno. Trauma é um desafio a ser vencido com dedicação, comprometimento, paciência, respeito, incentivo e profissionalismo. Não existe prazo, tempo ou previsão.  Todo ser humano tem seus próprios medos, suas próprias limitações e sua própria história. É obrigação de todo Educador Físico, como professor, respeitá-los.

Uso excessivo e constante de prancha não indica evolução no trabalho, e sim “comodismo”. A melhor prancha é a mão do professor.  É comum ouvirmos que determinado aluno não consegue nadar sem a prancha. Então, ele nunca aprendeu! O uso do material deve ser um recurso alternativo ou variante, e não único.  Jamais deve causar dependência.  Pelo menos durante as primeiras aulas é muito importante a presença do professor na água.  Passa segurança para que o aluno possa cada vez mais usar o auto desafio.

Questione se o seu professor não estiver devidamente trajado para entrar na água em caso de emergência.  Dar aulas de tênis, agasalho ou, por incrível que pareça, de calça jeans, não combina com segurança.

Não há problemas em nadar no inverno ou se estiver chovendo.  Só evite frequentar a piscina em caso de diarreia, febre, doença infecto-contagiosa ou suspensão médica.  Nas épocas mais frias preocupe-se em agasalhar bem (roupão, touca, chinelos), mas nunca deixar de frequentar a piscina.

Tire sempre suas dúvidas e, caso não satisfeito, não saia sem pronunciar-se. A contribuição para um trabalho bem feito está em saber o que pode ser melhorado!

Sandra Regina Bento Moreira

Coordenadora Academia Nova Aguazul

CREF. 00718 G/SP

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