O Pelé foi execrado por dizer em alto e bom som que brasileiro não sabe votar. Não saber votar ou escolher mal os governantes não é privilégio dos brasileiros. O povo americano que vive sob a maior e mais livre democracia do mundo provou isso ao eleger Donald Trump, um truculento empresário, sem nenhuma experiência política em detrimento de uma candidata super preparada que já havia ocupado os cargos mais importante dentro do governo americano.
Donald Trump, mentor e exemplo do nosso Bolsonaro valeu-se das redes sociais para fazer sua campanha, e o que são as chamadas redes sociais? Na minha concepção e muitos compartilham do meu ponto de vista, são um grupo que deseja se manifestar e não tem disciplina e comprometimento para fazer parte da sociedade legalmente organizada que tem objetivos definidos e buscam influir no processo eleitoral. Esses indivíduos preferem ficar nas sombras atrás do anonimato e acabam por serem cooptados por campanhas de sites organizado por poderosas corporações, que contratam inclusive empresas estrangeiras que com o alto poder de penetração nesta camada de cidadãos acabam por influenciá-los com suas doutrinas, sabedores que os mesmos não acessam o conteúdo da grande imprensa, essa sim democrática, diversa e plural em suas informações e opiniões.
O que vem ocorrendo no Brasil com o Bolsonarismo é um retrato do acima exposto. Os indivíduos ignoram as fontes confiáveis de informação e guiam-se por fontes a soldo do governo Bolsonaro e suas lives, eivadas de bravatas e desafios aos demais poderes constituídos da república como o parlamento e o judiciário, chegando ao absurdo de dizer que caga para a CPI e que caso as eleições não sejam como ele deseja não haverá eleições. Lamentável.
Jair Bolsonaro não reunia o mínimo de credenciais para se candidatar à presidência, tanto que o fez por um partido nanico e pela oportunidade da fraqueza dos grandes partidos que se desgastaram para erradicar o lulapetismo e seus quadrilheiros e com um discurso bem apropriado para a ocasião: o combate a corrupção. E o que agora assistimos? Um país desgovernado por um político fanfarrão e boquirroto, criado na escola carioca que tem a corrupção no cerne desde os tempos imperiais, mesclado com um militar que chegou sabe-se como ao posto de capitão, foi convidado a dar baixa e a que a frente de uma das maiores nações do mundo, comporta-se como um truculento sargento gritando ordens e usando palavras de baixo calão. Nós merecemos, já que o elegemos.
Por Antonio Carlos Carvalho (Gazeta)