Artigo: O Teto que eu conheci

Por Gazeta

Conheci o Teto a pelo menos 63 anos, já que minha finada mãe cuidava da faxina do escritório Contábil Ribeirão Pires atual Conteto Serviços Contábeis e eu com mais ou menos 10 anos ia ajuda-la, tirando o lixo ou passando a enceradeira para ‘’dar lustro’’ no assoalho de madeira.

Anos depois já empregado na Tipografia Santa Rita, mantive contato, já que a gráfica imprimia os impressos do escritório e documentos fiscais de seus clientes, cuja entrega e recebimentos era feita por mim.

Posteriormente como proprietário da gráfica, tinha o Teto como o contador e continuava a fornecer impressos ao escritório. Acompanhei a trajetória do Teto como vereador, e numa ocasião quando disputava a Presidência da Câmara, faltava um voto para que fosse escolhido. Sabedor de minha grande amizade com o Vereador Alcides Martins, o sanfoneiro, pediu que interviesse junto a ele para mudar seu voto. Acabei convencendo o Alcides e o Teto venceu a disputa ao que me recorde contra Francisco Arnoni.

O Teto me contou certo dia, que quando da emancipação do município ele trabalhava na Prefeitura de Santo André e como morava em Ribeirão, o Prefeito pediu a ele que trouxesse os documentos para a instalação do município, que foram colocados em uma caixa de papelão e trazidas de trem para a cidade.

Poderia me alongar por muitas linhas falando desse admirável cidadão e ser humano de primeira qualidade, porém farei um longo hiato no tempo e discorrer um pouco sobre nosso relacionamento dos últimos anos que tive privilégio de desfrutar.

Compartilhamos do um gosto pela leitura e Teto era um leitor eclético e todo mês me emprestava um novo livro que acabara de ler.

O bilhar que ele também adorava também nos aproximou. Foi parceiro na promoção de várias edições do Torneio do Campeão dos Campeões de Bilhar. Aos domingos costumava tomar um aperitivo e apreciar o jogo dos cobras da modalidade no bar do finado Chiquinho.

Apostar umas fichinhas no bar da Dona Maria contra o ‘’Seu Calixto’’, também fez parte do seu ritual de domingo.

Há algum tempo o jornalista Danilo Meira vem comentando que a memória da cidade reside quase toda nesses homens que vão passando e nada nos deixando escrito, e a morte do Teto é mais um capítulo da história da cidade que cairá no esquecimento.

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