Artigo: Eu cantei essa bola

Em duas ocasiões neste mesmo espaço, tive oportunidade de tecer considerações sobre o perfil do presidente Bolsonaro, baseadas em informações obtidas através de órgãos de imprensa de indiscutível credibilidade conforme expus no texto publicado em 14 de setembro de 2018, o qual reproduzo abaixo, sob o título Segundo turno: “Poste ou fanfarrão”.   O que estamos assistindo hoje, sobre o comportamento do presidente revela claramente o acerto das minhas ponderações.

* Bola cantada é uma expressão usada no bilhar, quando ao dar a tacada o jogador deve “cantar” a bola, indicando sua trajetória e a caçapa onde deverá cair.

Na próxima semana falarei sobre o segundo artigo “Bolsonaro mostra a cara”, publicado em 22/02/2020.

Artigo
Segundo turno: Poste ou fanfarrão?
Por Gazeta

Pelo rumo que as coisas estão tomando, a se crer nas pesquisas, a seção 23 da 382ª zona eleitoral terá, pela primeira vez em mais de 50 anos, a ausência de um eleitor: eu.

O poste, ou títere dos interesses da quadrilha do Lula e seus asseclas Fernando Haddad (PT) ou “Andrade” para os íntimos ou ignorantes, que já foi poste na eleição para Prefeitura de São Paulo e em decorrência do pífio desempenho como prefeito perdeu a reeleição já no primeiro turno em 2016. Agora o poste está de volta e os insignes eleitores brasileiros parecem dispostos a leva-lo ao segundo turno das eleições como legítimo sucessor de seu líder, hoje cumprindo pena de 12 anos em Curitiba.

Quanto ao fanfarrão Bolsonaro (PSL), 63 anos, terceiro casamento, dono de uma pequena fortuna avaliada em R$15 milhões, angariada com seu salário de deputado (R$25 mil mensais), mais o saldo do exército (R$5700) vem ganhando espaço entre os eleitores graças a suas posições consideradas por muitos como machistas, homofóbicas, ditatoriais e antidemocráticas, como pode se avaliar por algumas de suas falas: “eu sonego tudo o que é possível” (Rede Bandeirantes, 1999). “Se fosse presidente do País, fecharia o Congresso e daria um golpe no mesmo dia” (Programa Câmera Aberta). “Se depender de mim não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou quilombola”.

O Deputado candidato é conhecido ainda por suas posições a favor da posse indiscriminada de armas de fogo e milícias armadas por fazendeiros para defender suas terras contra invasores. Essa “marra” toda, peitando o Congresso, as minorias, e defendendo uma polícia mais violenta é tudo fanfarronice. Todos que tentaram passar por cima do Congresso e da sociedade se deram mal. Jânio Quadros acabou forçado a denunciar, Collor idem, na eminência de ser deposto, e o povo não aprende. O caminho não é o extremismo e as soluções rápidas e mágicas. O caminho é elegermos homens comprovadamente capazes, com capacidade de montar equipes que possam repor o país nos trilhos. Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), a despeito de alguns senões inerentes aos cargos ocupados, já deram provas de sua capacidade de conduzir seus estados, Paraná, Ceará e São Paulo pelo caminho do progresso, atendendo a boa parte dos anseios da população. Espero que um desses nomes vá ao segundo turno para que eu possa dar meu voto.

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