Benefício a servidores públicos movimenta o comércio da cidade
Na última semana, uma polêmica tomou as ruas de Ribeirão Pires: o possível fim do Cartão Servidor, benefício concedido pela Prefeitura ao Funcionalismo Municipal que injeta cerca de R$ 500 mil na economia municipal mensalmente.
Na última quinta-feira, por meio de ofício enviado à Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires, assinado pelo Prefeito, foi feita a comunicação de que a Administração estaria procedendo na “rescisão unilateral” do convenio 278/2015 firmado para a manutenção do benefício, hoje feita pela ACCredito, empresa vinculada a Facesp (Federação das Associações Comerciais de São Paulo), aproveitando a cláusula disposta em contrato que permitia a medida sem ônus de qualquer uma das partes.
Por conta da aprovação do sistema, tanto de comerciantes quanto de servidores, a medida tomada pela Prefeitura foi vista com surpresa pela Aciarp: “foi uma atitude inesperada, que nos pegou desprevenidos. De fato, não esperávamos isso da Prefeitura”, afirmou o presidente da Aciarp, Marcelo Menato, ressaltando que o ofício ainda não foi respondido, já que o caso está sendo estudado. “Ainda estamos tentando entender o motivo, uma vez que o sistema estava funcionando e trouxe bom retorno para os comerciantes”, completou.
A Prefeitura, em nota, mesmo com o teor do ofício vindo à tona, explicou que “é falsa a informação” de que irá encerrar o benefício, mas que deseja uma nova operadora. “Devido à demora que a atual administradora do cartão tem apresentado em atender às solicitações de adesão por parte de comerciantes da cidade a Prefeitura solicitou à Associação Comercial que tomasse providências, até mesmo, se necessário, cancelar o contrato com a presente prestadora do serviço e substituí-la por outra empresa mais eficiente” e que “o serviço segue sem alteração”, enquanto são feitas as tratativas com a Aciarp. “A Prefeitura garante que em nenhum momento o serviço será paralisado ou descontinuado. Ao contrário, um estudo está em andamento para verificar o impacto orçamentário quanto à ampliação do valor creditado ao servidor”.
“Seria um prejuízo enorme para nós, servidores, se esse benefício chegasse ao fim. É muito importante para nós e para a cidade que ele continue”, afirmou uma servidora que, por estar em horário de trabalho no momento do questionamento, pediu para não ser identificada.
Segundo apuração do Jornal Mais Notícias, o índice de reclamação era baixo e a adesão, alta, com aumento na movimentação no comércio local, nas vendas e no número de consumidores. Outrossim, as taxas em operadoras como a Cielo e a Visa variam entre 3,8% e 10%, dependendo da movimentação e da antecipação ou não de recebíveis. Para estabelecimentos que vendem menos de R$ 5 mil nos cartões, a taxa mínima estaria em 6%, enquanto no atual sistema, o ACCredito, giraria entre 3% e 4,5%.
Saulo explica situação
Em entrevista ao Mais Notícias, o prefeito Saulo Benevides falou sobre o fato e culpou reclamações recebidas no Paço como responsável pela atitude.
Mais Notícias – Por que rescindir o contrato do Cartão Servidor?
Saulo Benevides – Temos recebido reclamações sobre a lentidão da atual operadora em cadastrar e colocar para funcionar o sistema em diferentes estabelecimentos da cidade. Como a lista de espera se estendeu muito, fomos obrigados a tomar uma medida incisiva: propor a troca da operadora. O Cartão Servidor é um sucesso, o comércio local aumentou o movimento e conquistou novos clientes. Só que ainda tem muitos comerciantes interessados em fazer parte do programa, mas não estão sendo atendidos com eficiência pela operadora do cartão. O que queremos é agilidade para melhor atender os funcionários públicos.
MN – O benefício do Cartão Servidor será extinto?
SB – Em nenhum momento cogitamos a extinção do benefício, pelo contrário, nossa medida foi o de incentivar sua ampliação. O Cartão Servidor foi uma promessa da minha campanha, honrada com os servidores municipais. Ainda não está como a gente queria, estamos estudando os impactos de aumentar o valor do crédito e, como se mostrou nesses últimos dias, estamos insistindo em atender a demanda dos comerciantes que querem aderir ao programa. Jamais poderíamos cancelar esse serviço nesse estágio de avanços.
MN – Qual a solução? Há Tem outra operadora definida?
SB – Gostaríamos que a atual operadora atendesse a contento às necessidades dos comerciantes. Caso não seja necessário nossa proposta é mudar a operadora por outra mais eficiente. Para isso precisamos ainda definir um projeto e abrir licitação, o que leva tempo. Até lá, o programa segue como está, com os mesmos operadores, com a cobrança da Prefeitura para que o sistema de cadastro e de suporte ao comerciante funcione bem.
MN – O que o senhor tem a dizer para os servidores e lojistas filiados?
SB – O Cartão Servidor é uma conquista do funcionalismo público e uma grande ajuda para o comerciante da cidade, já que investimos quase meio milhão de reais na economia local mensalmente. Queremos ampliar o benefício em todos os sentidos por enxergarmos a importância disso para Ribeirão Pires. Infelizmente meus adversários sabem como esse projeto é vitorioso e querem desacreditar todo nosso trabalho, por isso espalham boatos e misturam as informações como fizeram na semana passada.
