Um dos nomes mais representativos da política de Ribeirão Pires, Anderson Grecco teve toda sua vida pública ligada ao Partido Progressista (PP). Entretanto, fatos recentes o fizeram tomar uma dura decisão: a de se desfiliar do partido ao qual faz parte há cerca de 20 anos e é o atual presidente.
O motivo, ele mesmo explica: “Houve uma interferência direta do diretório estadual que nos obrigou a tomar uma decisão referente as últimas eleições municipais sem que fossemos ouvidos”. A decisão em questão foi a entrada na coligação encabeçada pelo PT. “Era um assunto que estava sendo discutido, mas ainda não era fechado. À época, inclusive, eu era candidato a prefeito”, explica.
De fato, em setembro do ano passado, o próprio Anderson, em entrevista ao Mais Notícias, ressaltou que o partido não abriria mão da cabeça de chapa e que teria 26 candidatos a vereador e seu pai, o ex-prefeito Luiz Carlos Grecco, seria um deles – o que, de fato, aconteceu. Entretanto, ele fez questão de ressaltar que não há qualquer ressalva quanto ao trabalho com a legenda que lançou Maria Inês como candidata majoritária: “Não tenho nenhuma crítica ao PT, pelo contrário, compor o projeto foi uma ótima experiência e um grande aprendizado”, explicou.
Outra crítica de Anderson também veio por conta de outra atitude da estadual do PP: “Há mais de um ano, está em funcionamento uma comissão interventora e isso deixa a mim e aos filiados muito incomodados. Com isso, perdi a confiança no partido e não me resta outra opção se não me desfiliar, o que farei até amanhã (sexta)”. “Já comuniquei os filiados e a decisão é irreversível”, ressaltou.
Anderson Grecco também explicou o porquê de não ter tomado a decisão antes: “Fui fiel e me mantive na disputa para não prejudicar o projeto, mas, como já disse, fiquei muito incomodado com a maneira que a situação foi conduzida, afinal determinaram o apoio sem escutar os filiados da cidade”.
Ele concluiu fazendo uma análise sobre a atual situação do PP. “O partido precisa urgentemente renovar a liderança estadual. Eles não deixam as novas lideranças surgirem, temos inclusive o Celso Russomano, que teve que mudar de partido para conseguir crescer e ser candidato a prefeito em São Paulo, como exemplo. Tudo gira em torno do (deputado federal Paulo) Maluf, está fechado nele”.