Uma liminar concedida aos ambulantes impediu a demolição dos quiosques da antiga rodoviária de Ribeirão Pires, que aconteceria na manhã desta sexta-feira (7). Essa demolição ocorreria para conceder a área para a construção de um shopping que abrigará, além de lojas, duas salas de cinema de, no mínimo, 120 lugares cada, ou três salas com, no mínimo, 80 lugares cada; e praça de alimentação. A concessão do espaço, pelo prazo de 30 anos, a contar da data da assinatura do respectivo termo, foi aprovada pelos vereadores no último dia 21.
Porém, se para uns o empreendimento é visto como algo bom, já que trará mais desenvolvimento econômico e lazer à cidade, para outros está sendo um pesadelo. Hoje é o último dia que os ambulantes da área têm para trabalhar no local. Segundo a Prefeitura, a notificação para a retirada da área foi entregue no dia 07 de outubro de 2009, com o prazo máximo para a saída em 31 de dezembro do mesmo ano. “Os comerciantes solicitaram maior prazo e acabaram ficando durante todo o ano de 2010. Agora foram notificados para deixarem o local até o dia 06/01/11, já que a demolição das dependências ocupadas pelo comércio acontecerá no próximo dia 07/01 (sexta-feira)”, informou, em nota.
Ainda de acordo com o Executivo, no local não há comerciantes legais. “Todos os comerciantes que receberam a notificação para deixar a antiga rodoviária são informais e não pagam aluguel ou qualquer tipo de imposto para a Prefeitura”. O Mais Notícias apurou com os comerciantes locais que o aluguel veio nos primeiros seis meses da atual administração, e depois desse período, não veio mais. Entretanto, alguns recebem cobranças. É o caso de Geraldo Mendes Barbosa, que presta serviço de cópias e comercialização de sorvetes, no box 10; e de João Rodrigues Coutinho, que trabalha no box 08, com a venda de miudezas em geral. Geraldo ainda recebe a cobrança do aluguel. Ele mostrou à reportagem o comprovante de pagamento do último mês, que vencia no dia 27, mas foi quitada no dia 22 de dezembro. Ele e Coutinho também apresentaram carnês – inclusive de 2010 – com a taxa de fiscalização, devidamente paga.
Os ambulantes pedem uma solução da Prefeitura para que possam continuar trabalhando. “Não nos ofereceram nada”, reclama Coutinho.
“Não acho justo tirar a gente, estamos aqui há mais de 20 anos, é uma vida. O certo seria arrumar um outro ponto pra gente, pelo menos uma proposta”, fala Geraldo.
Ao Mais Notícias, a Prefeitura afirmou “que não possui local para realocar os comerciantes, já que nenhum deles tem a devida autorização municipal para estar no local”.