Por Danilo Meira
O dia 23 de setembro de 2011 foi mais do que especial para a cidade de Ribeirão Pires e um de seus mais nobres filhos, Américo del Corto. No dia em que o historiador completou 90 anos, a Câmara promoveu sessão solene para celebrar a data e também estabelecer a criação do Dia Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.
A data foi idealizada a partir de projeto da vereadora Diva do Posto (PR) que, em sua fala, ressaltou a importância da comemoração: “toda cidade tem que ter uma história e preservá-la, sabendo juntar o antigo admirável com o novo sustentável”.
Na sequencia, o historiador Arnaldo Boaventura Neto fez uma exposição de fotos da cidade através dos tempos, algumas delas inéditas e até mesmo surpreendentes, como as que mostraram os primórdios da cidade, como o ribeirão antes da construção das avenidas marginais e alguns prédios históricos, sendo que muitos deles já não existem mais. Esta etapa, também marcou um debate que abordou tanto o estado de conservação do patrimônio histórico da cidade quanto a importância que o tombamento teria para evitar tragédias como o desabamento do lendário casarão da Ponte Seca e do prédio da antiga Pizzaria Mansuetto.
Por fim, foi a vez do professor Wheeler Sanches ter a palavra. Em seu discurso, ele relembrou alguns fatos inusitados da história da cidade como, por exemplo, uma oportunidade em que foi a um ex-prefeito (que não teve o nome citado) e pediu para que a Igreja do Pilar fosse tombada. Não ciente do que o processo significa, ele afirmou: “pode deixar que eu mando um trator lá agora”. O mesmo local, em outra oportunidade, por muito pouco não recebeu uma janela fora de propósito.
Sanches também defendeu a reativação do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural de Ribeirão Pires, entidade vista como importantíssima para que esses lamentáveis incidentes não voltem a ocorrer. “Uma civilização sem história não existe”, concluiu.