Ana Maria Zaluscki: do crochê por hobby ao trabalho que ajuda dezenas de mulheres

Ana Maria Zaluscki é grande conhecida de quem mora em Rio Grande da Serra e de quem não vive por lá também. Modelo participante de mais de 300 comerciais, além de novelas e clipes de cantores como Leonardo, Zeca Baleiro e Edson Cordeiro,

Ana Maria multiplica seu conhecimento com carinho e dedicação

Ana também foi miss do município onde se criou (ela nasceu em São Bernardo do Campo) em 1993. Mas sua história na cidade não se limitou apenas a essa carreira. Há 11 anos, ela desenvolve um projeto que dá oportunidade a dezenas de mulheres. Trata-se do ateliê Olianah Romanenko, localizado no bairro de Santa Tereza, onde é produzido um trabalho de malharia artesanal. Esse foi o primeiro espaço, que se expandiu para mais outros três lugares: Ribeirão Pires, Paranapiacaba e Vila Mariana.

O crochê, aprendido com as avós, sempre foi a paixão de Ana Maria desde a infância. “Comecei a fazer crochê aos 8 anos de idade por pura paixão; sempre fui alucinada por isso. Quando era modelo e ia fazer testes, fazia crochê para matar o tempo, porque eu participava de testes com duas mil mulheres, chegava às oito da manhã e saía às cinco da tarde”, conta.

Um dia, Ana foi fazer um desfile beneficente em Alphaville. Ao chegar ao local do evento, ela usava um xale feito por ela mesma, o que, diante da beleza e qualidade da peça, despertou a atenção de algumas senhoras que participavam. “Aquele momento foi o ponto crucial da coisa. No final do desfile, uma das organizadoras me perguntou de onde era o xale. Quando disse que eu havia feito, ela contou para as amigas e saí de lá com um pedido de umas 15 peças. Eu era sozinha, não ia dar conta de fazer tudo.

Chamei três amigas e falei que as ensinaria a fazer. Ali se abriu a porta do meu ateliê”, lembra.

No boca a boca, mulheres começaram a procurar Ana para ajudá-la a dar continuidade às encomendas. Hoje, 90 mulheres produzem bolsas e vestuário feminino que são vendidos apenas por atacado, para grandes marcas como Carmim, Iódice e Daslu.

Nessa semana, após participar de uma Feira de Malhas, Ana Maria foi convidada e aceitou expor suas peças para venda no varejo em um ponto na Vila Madalena, reduto de grandes ateliês e estúdios de artistas.

Não saber crochetar não é um impedimento para fazer parte da equipe do ateliê. Com o mesmo carinho e dedicação à que Ana Maria faz a atividade, ela ensina para quem quiser aprender. “Ensino para elas tudo o que eu sei, não existe mesquinhez, porque tem pessoas que não gostam de ensinar aquilo que sabem, elas retêm aquele conhecimento como se aquilo fosse fazer a diferença e é justamente o contrário. Para mim, a diferença é fazer pelo seu próximo tudo aquilo que é possível”, fala ela.

A transformação que esses ensinamentos traz à vida daquelas que, muitas vezes, por alguma razão, estão desmotivadas e sem autoestima, é algo que, para Ana, não tem preço. “Elas se descobrem. Eu tento fazer um resgate social, mental e emocional dessas pessoas carentes que trabalham comigo, fazer com que elas enxerguem o valor que elas têm. Uma moça que trabalha conosco fez o vestido de noiva dela. A realização do seu sonho veio através das mãos dela mesma, através da possibilidade do ensinamento que eu passei, então, isso não tem preço. Tenho paixão pelo o que eu faço, faço crochê com o maior carinho, fiz disso a minha profissão e me apego nisso com todo o amor. O sucesso vem daí: da vontade de querer fazer a diferença e eu faço a diferença dentro daquilo que eu mais gosto de fazer, então, não tem como não dar certo”, finaliza.

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