Mães e responsáveis por alunos do SESI (Unidade nº 80 – Ribeirão Pires) estão preocupados com a série de problemas enfrentados pelos alunos que estão sem os devidos recursos básicos de segurança e instalação desde o ano passado.
O problema começou depois que o prédio onde funcionava a unidade foi desativado em 2010 devido às fortes chuvas que ocasionaram uma rachadura no morro São José. Desde então, a escola está funcionando nas dependências da FIRP (Faculdades Integradas Ribeirão Pires).
De acordo com alguns pais, os problemas são vários: “Estamos tendo problemas com carteiras, pois as da faculdade são universitárias e as crianças têm que fazer malabarismo pra conseguir escrever; Elas não têm merenda escolar, pois a faculdade não empresta a cozinha; As crianças estão ficando do lado de fora do portão na hora da entrada e saída dos dois períodos, pois não podem aguardar dentro das dependências da faculdade; Não tem guarda para ajudar a olhar as crianças como havia no prédio antigo; Falta uma inspetora de alunos; Não temos telefone para conversar com ninguém na faculdade”, denuncia Raquel Cordeiro, mãe de aluno.
Com isso, algumas irregularidades causam irritação aos usuários do serviço. Conforme apresentado por uma mãe, o único alimento que as crianças recebiam era biscoito e somente no final do ano a escola começou a oferecer bolinhos embalados e maçã; Os gastos com transporte dos alunos também aumentaram, uma vez que os ‘perueiros’ começaram a cobrar mais devido à distância.
Alguns pais estão com medo de denunciar tais irregularidades temendo sofrer represálias do próprio grupo educacional. Frases como “meu filho poder ser prejudicado, perder a vaga, perseguido” ou “não posso me manifestar, estou tentando colocar meu outro filho no SESI, se fizer isso perco a vaga”, são comuns serem ouvidas.
A Prefeitura providenciou um terreno para a construção de um novo prédio para os alunos. Em nota, a Prefeitura informou que já fez tudo que era de sua responsabilidade para a construção da nova sede do SESI, inclusive a aprovação, com a diretoria responsável, para que isso aconteça. Porém faz uma ressalva: “Agora é necessário aguardar a liberação do espaço físico, que é responsabilidade da FIRP”.
Já a FIRP encontra-se com alguns problemas referentes a impostos como o INSS e será necessária a resolução deste ponto para a liberação das duas áreas que serão usadas para a construção.
A FIRP se defende das acusações colocando-se como mera colaboradora para a instalação provisória do SESI. Uma funcionária que prefere não ter seu nome divulgado explica que todo o problema está em fase de resolução. “Tudo só depende da conclusão da negociação de venda dos dois espaços e já estamos providenciando a documentação”.
A faculdade rebate algumas das acusações dizendo que não tem culpa ou qualquer responsabilidade em certas circunstancia como o lanche, por exemplo. “Temos uma cozinha pequena dos funcionários e não há condição de preparar refeições para todas as crianças. No começo do ano, quando o pessoal voltou das aulas, as diretoras começaram a estudar um espaço. Depois do carnaval vamos voltar a negociar e fechar alguma solução”.
Conforme informações passadas por esta mesma funcionária, quando o SESI foi transferido para as dependências da faculdade, a FIRP apenas cedeu o espaço provisoriamente por um favor. “Agora, o aluguel que cobram do SESI não paga as despesas e a dor de cabeça que estamos tendo. Nós cedemos o espaço, mas agora eles exigem uma estrutura de uma escola infantil que não é de nossa responsabilidade”.
Por sua vez, o SESI-SP aponta que vem se empenhando em oferecer as melhores condições pedagógicas possíveis aos alunos do SESI 80. Em nota, a instituição informou que “no último dia 18 de fevereiro foram transferidos 423 conjuntos escolares do SESI local para as dependências da faculdade a fim de acomodar os alunos com mais conforto. Atualmente, as salas do 1º ao 4º ano estão devidamente mobiliadas, atendendo os requisitos de ergonomia dos estudantes. Nas demais salas houve a distribuição proporcional entre o mobiliário do SESI-SP e o pertencente à faculdade, conforme a faixa etária dos alunos”.
Na próxima quarta-feira, 02 de março, às 15 horas, será realizada reunião entre o diretor da FIRP, Márcio Pimentel Andreghetto, e o responsável pela direção do SESI local, Sérgio Moretti, para acordo a respeito da adequação dos espaços da cozinha para utilização plena no preparo da merenda escolar. O procedimento tem por objetivo oferecer o mesmo padrão de merenda existente antes da transferência da escola.
A fim de garantir maior segurança às crianças, foi solicitado à Ronda Escolar do Município que intensifique o policiamento nos arredores da faculdade.