O recente acidente com o alpinista brasileiro Bernardo Collares na montanha FitzRoy, considerada uma das mais difíceis de ser escalada na região da Patagônia, na Argentina, chama atenção mais uma vez para os cuidados a serem tomados ao se realizar qualquer tipo de esporte radical, seja ele alpinismo, rafting, rapel ou parapente. Mesmo com sua experiência e dotado de todos os aparatos necessários, a queda levou o atleta de 46 anos a fraturas na bacia e hemorragias pelo corpo, culminando em sua morte. De acordo com o especialista em traumas ortopédicos do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), Leonardo Rocha, todo cuidado é pouco para evitar traumas e lesões, muitas vezes irreversíveis.
O Webdesigner Pablo Werneck tornou-se paciente do Into em virtude de uma queda de parapente no município de Nova Friburgo (RJ), em 2009. Pode-se dizer que sua sorte foi diferente da de Bernardo. O jovem de 38 anos já passou por uma cirurgia no quadril e outra na mão. Hoje, pode caminhar e até correr, mas teve suas atividades interrompidas por cerca de quatro meses, sem poder colocar a perna no chão. “Tenho apenas uma pequena limitação ao dobrar o pulso esquerdo. Para quem poderia ter morrido, isso é uma grande conquista”, comemora Pablo.
Segundo Leonardo Rocha, os perigos não são poucos. “No rafting, por exemplo, são comuns as entorses de tornozelo ou luxações em membros superiores e ombros; os praticantes de mountain bike estão sujeitos a luxações no ombro e fraturas de clavícula decorrentes de quedas assim como fratura de punho; no rapel, a força exercida sobre os membros superiores, principalmente na hora da descida, pode ser doloroso. Para quem escala, todo cuidado é pouco com lesões nos pés (bolhas, cortes, luxações) e fraturas em geral, especialmente nos quadris, pernas e coluna, que podem levar à paralisia ”, descreve.
Diante destes riscos, cada uma das modalidades, seja de ação ou de aventura, requer específicos equipamentos de segurança que não impedem os acidentes, mas minimizam suas consequências. Na escalada, são cadeirinhas, cordas, mosquetões e fitas. No rafting, coletes salva-vidas e capacetes. No motociclismo, capacete e vestimenta em tecido apropriado. No surf, roupas de neoprene. No Skate, capacete, e protetores para joelhos, cotovelos e mãos. “Além do uso dos equipamentos, o atleta precisa de conhecimento técnico, que envolve a própria prática, a avaliação dos equipamentos, do clima e do local”, explica.