ADPESP reprova vedação de concursos públicos no estado de São Paulo em 2021

É compreensível e louvável a canalização de esforços para o combate à pandemia de Covid-19, com consequente priorização das vidas. Todavia, é inconcebível que o estado mais rico da federação não consiga se planejar financeiramente para preservar a realização de concursos públicos em uma área tão essencial, como a segurança pública, sem a qual o próprio funcionamento da sociedade é colocado em risco.

Devido a falhas sucessivas de políticas governamentais ao longo de décadas no estado de São Paulo, a Polícia Civil paulista acumula hoje um déficit de mais de 14 mil policiais, o que prejudica sobremaneira as investigações, o atendimento ao público, a saúde física e mental dos servidores e a correta rotina do trabalho policial.

Mais preocupante é o fato que, desde a abertura de um concurso até a formação de um policial, leva-se aproximadamente dois anos, o que importa concluir que, a se levar adiante a vedação governamental imposta pelo Decreto 65.463/21, a Polícia Civil não terá qualquer reforço de pessoal e seguirá minguando até 2023.

Nessa esteira, o imenso déficit, os baixos salários e a contínua evasão de profissionais caminham para níveis insuportáveis. Os policiais não aguentarão a sobrecarga de trabalho. O atendimento ficará ainda mais prejudicado. E o crime organizado agradecerá ao governo do estado de São Paulo.

Governar é escolher prioridades, sempre tendo como norte a busca incondicional pelo interesse público. Não à toa, outros estados da Federação e a própria União seguem promovendo concursos e contratando funcionários na área da segurança pública. Enquanto no estado de São Paulo, o governador prefere economizar na segurança e aumentar o orçamento em publicidade.

A ADPESP seguirá denunciando à população equívocos como estes, e cobrando incansavelmente do governo do estado uma gestão eficiente e responsável para a segurança pública do estado de São Paulo.

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