O homem do século XXI distancia-se de seu princípio criador, idealizado pelo materialismo permanente em uma busca sem sentido, que na maioria dos casos depara-se com o imenso vazio da solidão da alma.
Neste cenário encontra-se a humanidade, valores, princípios e atitudes aos poucos perdem o seu sentido de viver. Desta forma, sem perceber, o ser humano passa por um processo de mudança degenerativa e silenciosa, caminhando em sentido oposto à luz da consciência, indo ao encontro das trevas de sua própria existência.
O ser humano, por desconhecer o conceito de inconsciente coletivo, abordado nas obras do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, não estabelece a ligação com o universo como parte integrante da totalidade que nos conecta, onde através do Self manifesta-se em sua plenitude a conexão com o Sagrado.
Inevitável é esclarecer o conceito de Sagrado exposto neste artigo, distanciando-se das religiões, crenças ou dogmas, sendo este a capacidade plena do ser humano em comunicar-se com o seu eu interior, estabelecendo a conexão com o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus em sua essência, revelando o grande paradoxo da vida humana.
Este distanciamento da psique de natureza humana primitiva é responsável por diversos tipos de transtornos mentais, pois encontrando o vazio em si mesmo, o homem perde sua referência de vida e torna-se solitário.
A ampliação da consciência, como: observar a natureza em suas infinitas possibilidades de co-criação e manifestação do Sagrado, pela fauna, flora, composição de cores, formas, texturas, aromas, água, terra, ar e fogo, elementos de um amálgama alquímico encantado. Sentimos que ao caminhar por uma floresta criamos uma ponte simbólica inconsciente/consciente que rompe conceitos pré-estabelecidos na sociedade. A floresta é um universo encantado, composta de símbolos e rituais imperceptíveis. Ser parte integrante desta nos faz retornar a nossa origem primitiva, libertando arquétipos da humanidade, despertando o curador interno e auxiliando o homem em sua transformação, autoconhecimento, no processo de elaboração simbólica.
Neste universo encantado, o homem inconscientemente depara-se com seres mitológicos. Simbolicamente acontecem transformações significantes na psique humana e no fluxo da energia psíquica, revigora-se a alma despertando a sensação do encontro consigo mesmo, e com o todo universal. Momento mágico, indescritível, onde cada pessoa vivencia individualmente.
Carlos Antonio Loureiro
Pós Graduado em Arteterapia de Abordagem Junguiana;
Pós Graduando em Arteterapia Aplicada às Artes, Saúde, Educação e Organizações.