A histórica reunião dos prefeitos de Ribeirão Pires

Em uma inciativa então inédita, o Jornal Mais Notícias promoveu, em 2007, um encontro entre os ex-prefeitos de Ribeirão Pires para resgatar parte da história dos 53 anos da administração política da cidade, por meio de depoimentos. Relembramos a resposta que eles deram a nossa reportagem na época para a seguinte pergunta: Qual foi a principal contribuição que seu governo deu para Ribeirão Pires?

Adaquir Prisco

Adaquir Prisco, terceiro prefeito de Ribeirão Pires foi eleito pelo extinto Partido Social Progressista (PSP) e governou no período de 1963 a 1966.

“Contribui para elevação do potencial elétrico, pois naquela época Ribeirão Pires não tinha um cabo próprio e dependia de São Caetano. Então conseguimos um que vinha direto de Piaçaguera. Terminei e ampliei o serviço de água, dando continuidade a convênio deixado pelo Chico (seu antecessor Francisco Arnoni). Também no meu governo, foram implantados 50 km de estrada: a de Suzano; a de Campo Grande (que Ribeirão participou fornecendo as pedras) e de ligação com a Via Anchieta (Rodovia Índio Tibiriçá). Também tinha os serviços de saúde, em que eu mantinha convênios com o Hospital do Mandaqui, Clínica Infantil do Ipiranga, Hospital do Câncer, Hospital Ribeirão Pires, além de dois médicos pagos pela prefeitura. Também havia as parteiras, que eram muito experientes e atendiam nos bairros”.

Antônio Simões

No dia 1º de fevereiro de 1970, já com a experiência de quatro mandatos como vereador, tomava posse o prefeito Antônio Simões, que agora conta sobre o período em que ocupou o governo municipal.

Contribuí com a abertura da Avenida Brasil, com conclusão do desvio do Rio Ribeirão Pires, construindo pontes novas, e também com o alargamento e retificação da atual avenida Humberto de Campos, ligando Ribeirão Pires a Mauá, que antes tinha apenas sete metros e passou a ter 14. No dia 13 de março de 1970 inaugurei a Rodovia Índio Tibiriçá, uma luta que tinha iniciado há 10 anos, quando ainda era vereador. Outra realização minha foi a criação do serviço autônomo de água. Também expandi a luz domiciliar para todo o município, construí oito grupos escolares e também o Paço Municipal. O prédio, de 2.200 m² de área construída, custou 320 mil cruzeiros e foi inaugurado em 19 de março de 1971”.

Valdírio Prisco

Recordista de mandatos à frente do Executivo de Ribeirão Pires, foi prefeito de 1973 a 76, 1983 a 88 e 1993 a 96, Valdírio Prisco, hoje residente do PMDB de Ribeirão Pires também fala de suas experiências de governo.

“Em 1973 nossa cidade por meio de incentivos tinha uma indústria crescente, era necessário melhorar seu sistema viário e propiciar condições pra o desenvolvimento do comércio e da indústria. Demos nova dimensão à área central com a retirada do morro Santo Antonio dando lugar ao Novo Centro Comercial, fizemos as duas pistas da Av. Brasil e pavimentamos os principais acessos da cidade. Já na gestão que iniciei em 1983 as carências eram outras, tínhamos uma periferia crescente e carente de atendimento social e obras de infraestrutura. Levamos aos bairros pavimentação, creches, pré-escolas, Unidades de Saúde. Construímos o Terminal Rodoviário ampliando o transporte coletivo. Em minha última gestão tivemos especial atenção com a Cultura e Lazer, concluindo o Complexo Ayrton Sena, ampliando as praças no Centro, com a cobertura do Rio Ribeirão Pires no centro e melhorando o Sistema Viário com a duplicação do Viaduto da Vila Ema e prolongamento da Av. Brasil.

Luiz Carlos Grecco

O professor Luiz Carlos Grecco cumpriu dois mandatos à frente da prefeitura de Ribeirão Pires: o primeiro ainda na década de 1970 e o segundo que durou entre 1989 e 1992. Diretor pedagógico do Colégio São José, ainda hoje é figura atuante no cenário político da cidade.

Iniciei a criação da rede de creches e Educação Infantil, sendo que a primeira foi a EMEI Tia Mariinha. Uma de nossas creches funcionava 24 horas, iniciativa que levou a cidade a ser homenageada em Brasília, pela Associação Brasileira de Prefeitos (ABRAP), por ser a única do país a funcionar nesse sistema. Na Saúde, o saneamento básico foi outra preocupação. Através da SABESP, foi expandida a rede de água para atender a 98% da população (em 1982) e o início do processo de captação, destinação e tratamento de esgotos. Outra contribuição de meu governo foi a aquisição da Clínica São Lucas, transformando-a em Pronto Socorro e Hospital Público (em 1989). Assim passamos a atender toda a demanda proveniente do SUS”.

Maria Inês Soares

Primeira mulher a comandar o Executivo na cidade e na região, a professora e diretora de escola cumpriu dois mandatos entre 1997 e 2004. Também presidiu o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

“Levar a cidade para a modernidade da Administração Pública, ou seja, trabalhar promovendo o desenvolvimento sustentável, com equilíbrio e responsabilidade fiscal, investindo em infraestrutura (obras anti-enchentes, pavimentação, sinalização com qualidade) e no social (construção da Maternidade,Cultura, Educação, etc. ) e abrindo espaços efetivos para o exercício da democracia participativa”.

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