A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo promoveu um estudo que aponta uma realidade preocupante entre os jovens: 37% dos participantes, com idade média de 25 anos, declararam ser usuários de narguilé.
O levantamento, realizado no decorrer de 2010 com entrevistas de 932 fumantes, ainda constatou que 96% dos consumidores do fumo de origem oriental também são adeptos ao cigarro de cravo.
Além disso, metade dos entrevistados apresentou níveis preocupantes da presença de carbono no ar expirado: uma média de 2,3 vezes a mais do que o máximo aceitável.
“A indústria revestiu com cheiro e gosto o consumo do tabaco para atrair um público cada vez mais jovem e, assim, substituir o grupo mais velho que está sofrendo com os males do fumo”, afirma Stella Martins, diretora do Programa de Atenção ao Tabagista do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas).
O narguilé é composto por nicotina, alcatrão e monóxido de carbono. Ao ser queimado libera metais pesados e cancerígenos, como o arsênico, chumbo, cobalto e cromo. De acordo com a diretora do Cratod, uma única rodada de fumo equivale ao consumo de 100 cigarros. “Infelizmente é um hábito que carrega um forte cunho de socialização, pois ninguém o fuma sozinho”, observa Stella.
A fumaça do narguilé aspirada pelo usuário é composta por 100 vezes mais alcatrão, 4 vezes mais nicotina e 11 vezes mais monóxido de carbono. Já o cigarro de cravo mantém 3 vezes mais nicotina e monóxido de carbono.
Tanto o narguilé quanto o cigarro de cravo são enquadrados dentro da lei antifumo que proíbe o consumo em ambientes fechado e de uso coletivo. Desde 2009, é proibida a venda do aparelho utilizado ao consumo do narguilé para menores de 18 anos em todo o Estado de São Paulo.