85% da demanda corresponde a casos relacionados a síndrome gripal
A epidemia de influenza que atinge todo o sistema de saúde no Brasil tem refletido também no aumento dos atendimentos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia, em Ribeirão Pires. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Saúde, somente nos cinco primeiros dias do ano, 3.092 pessoas foram consultadas e cerca de 85% dos casos (2.628), estiveram relacionados à síndromes gripais.
Se comparado com os cinco primeiros dias de dezembro do ano passado, quando a Unidade Hospitalar atendeu 1.945 pessoas, ainda sem o pico de casos de influenza, o número de atendimentos deste ano representa um aumento de 58,97%, o que tem sobrecarregado os profissionais de saúde e aumentado o tempo de espera.
De acordo com a diretora da UPA, Célia Regina, o crescimento no número de atendimentos está diretamente relacionado com a epidemia de gripe. “No início de dezembro do ano passado, atendemos em média 400 pessoas diariamente. Com a chegada da influenza, tivemos um pico na metade do mês, quando chegamos a consultar 1.674 pessoas em dois dias, a maioria com sintomas gripais. Neste ano, estamos mantendo este alto número de consultas, com média de 618 atendimentos por dia, com projeção crescente”, destacou.
A alta no número de consultas médicas não se limita apenas aos adultos. A ala pediátrica da UPA também registrou aumento de demanda: 75 atendimentos realizados em 1 de janeiro, 117 no dia 3 e 85 ontem, dia 5.
Testes – A Secretaria de Saúde de Ribeirão Pires realizou durante o mês de dezembro e nos cinco primeiros dias de 2022, 247 testes para identificação da influenza. Destes, 88 resultaram positivos para Influenza tipo A, que pode ser tanto H1N1, quanto H3N2 e dois para tipo B, que possui diversas cepas.
Medidas – Para atender a crescente demanda nos atendimentos, a Secretaria de Saúde tem tomado algumas medidas na UPA. Houve o aumento do quadro de médicos, enfermeiros e técnicos; ampliação da área de espera; uma tenda para triagem exclusiva de casos de síndromes gripais foi instalada e, caso for necessário, há leitos disponíveis para internação de pacientes. Além disso, a Prefeitura tem reforçado a importância das medidas sanitárias, como o uso de máscaras, álcool em gel e para que a população evite aglomerações.
Casos leves devem ser tratados em casa, recomenda especialista – O médico clínico da UPA Santa Luzia, Manoel Justino, indica que, os casos leves de síndrome gripal, podem ser tratados em casa. “Devido ao aumento significativo do número de casos, o que temos estabelecido é que os casos leves de síndrome gripal, que seria pacientes com um pouco de desconforto respiratório, sem febre ou considerado caso mais leve, deve ser tratado em casa. Para essa situação preconizamos o uso de analgésicos ou o paracetamol e aguardar de quatro a cinco dias para a melhora do quadro. Agora, os casos em que há um estado febril acima de 39C, queda do estado geral e síndrome gripal, deve procurar uma orientação médica para ser melhor avaliado”, destacou.
Apelo – Célia Regina, diretora da UPA, faz um apelo para que a população se previna e destaca o trabalho dos profissionais da saúde. “Estamos desde o ano passado trabalhando incansavelmente tanto no combate à pandemia da Covid-19, quanto agora na epidemia da gripe. Sabemos que a população necessita de atendimento e estamos empenhados para prestar o melhor serviço. Salientamos que as consultas são realizadas de acordo com a gravidade do caso, por isso, pedimos a compreensão de todos. Nossos profissionais não merecem ser ameaçados ou maltratados. E ressaltamos a necessidade da população de manter as medidas sanitárias de segurança, como o uso de máscaras, álcool em gel e evitar aglomerações”, finaliza.
Nos últimos dias, grande número de pacientes tem aguardado por atendimento na Unidade Hospitalar