Excepcionalmente hoje, este caderno poderia se chamar “Mais Mulheres”, pois na última edição do suplemento de 2010, brindamos o leitor com três mulheres que reúnem beleza e talento. Agatha Castro, 29 anos (vocal e contrabaixo); Simone Santos, 30 anos (guitarra e violão) e Aline Revilo, 21 anos (bateria) integram a banda Sempre Frágil.
O trio teve início em 23 de março de 2001, com o nome de Sexo Frágil.
Simone, nascida em Ferraz de Vasconcelos e Agatha, de Mauá, eram vizinhas no município mauaense. A paixão pela música, que vem desde a infância, uniu as duas em uma banda da qual Simone já fazia parte. “Eu tinha 17 anos quando começamos a tocar juntas e aí o pessoal foi crescendo, fazendo faculdade e cada um foi para um lado. Em 2001, resolvemos montar a Sexo Frágil, que depois se tornou Sempre Frágil”, conta Agatha.
A formação original contava com uma baterista, mas por motivos semelhantes ao que aconteceu com a primeira banda, a integrante saiu. Enquanto não achavam outra mulher para integrar o time, bateristas convidados participavam das apresentações. “Um dia, fomos assistir a um show de filhos de uns amigos nossos e a Aline estava tocando. Estávamos gravando uma demo, fizemos um convite e ela começou a tocar com a gente”, fala Agatha. Aline, que é de Ribeirão Pires, começou seus estudou musicais com o violão em 1999, descobriu-se em 2004 como baterista e ingressou na banda em 2008. Iniciou com autodidatismo e mais tarde participou de workshops e aulas particulares com grandes bateristas.
A música acompanha as meninas desde cedo, não por influências nas famílias, já que nenhuma conta com músicos, mas por vocação. “Desde os 7 anos eu falava para o meu pai que queria estudar música. Aos 11 anos comecei a estudar e depois de 5 meses entrei na Orquestra dos Violeiros de Mauá”, diz Simone, que largou a carreira de professora do Estado, para se dedicar inteiramente à música. “Dei aula, mas vi que não era o que eu queria pra mim, o que eu queria da vida era música”.
“Eu assistia às bandas na televisão e ficava brincando que estava tocando, pegava as panelas da minha mãe e ficava batendo com colher de pau, cabo de vassoura, fingindo que era guitarra”, relembra Agatha, aos risos. A vocalista conta que para chegar aos microfones foi um desafio, que, com muita determinação, foi vencido. “Eu cantava pessimamente, mas isso se tornou um desafio e eu fui estudar. De alguns anos pra cá dou aula de canto popular e estou no 3º ano de canto lírico na Faculdade de São Caetano”, diz ela, que é formada em Letras e é servidora pública em São Bernardo do Campo. Atualmente, está afastada em decorrência de uma cirurgia no tornozelo.
Por ser uma banda só de mulheres, no início, tiveram que lidar com algumas situações de preconceitos por parte de contratantes, mas que logo caíam por terra diante do talento das meninas. “Depois que a gente descia do palco, já queriam marcar o próximo show”, lembra Agatha.
CD – As meninas vivem um momento especial. Recentemente, lançaram o CD “Só uma gotinha”, com onze faixas no estilo nova MPB, de autoria das próprias integrantes. O trabalho pautado na perseverança e seriedade as levaram a essa conquista. “A intenção não era gravar um CD. Quando entramos em estúdio, era pra gravar uma demo, com duas músicas, que acabaram sendo três, e tivemos total apoio de duas pessoas que conhecemos tocando aqui em Ribeirão e as quais chamamos de padrinhos mágicos: a Ana Paula e o Emerson Botaccin, que sempre nos ajudam demais e a quem devemos a maior parte da nossa carreira. Com o incentivo deles, conseguimos patrocínio, gravamos três faixas e, através delas, veio patrocínio para o CD inteiro”, fala a vocalista.
O CD pode ser encontado na loja Patrick CD’s, no Shopping Plaza de Mauá; na Queop’s, no Shopping Plaza de Santo André; no Rock Said, na Avenida Jurubatuba em São Bernardo; e no Bar dos Amigos, em Ribeirão Pires, onde elas se apresentarão no dia 18.
Os próximos passos já estão sendo planejados. “Se tudo correr bem, em 2011 queremos gravar um DVD e já entrar em estúdio para gravar um novo CD”, afirma a guitarrista.
Os sonhos também se resumem no maior prazer da vida delas: a música. “Queremos conseguir viver bem de música. Se tem uma coisa que eu quero sentir para o resto da minha vida é a sensação de subir no palco, parece que é uma outra realidade”, fala Agatha.
“Tem gente que chega depois do show e fala: ‘Por alguns instantes esqueci que tinha qualquer problema ouvindo vocês tocarem’. Então, o nosso maior desejo é continuar levando uma música de qualidade e fazer com que as pessoas se sintam mais felizes”, finaliza Simone.
Contatos – Mais informações sobre a banda Sempre Frágil e agenda de shows podem ser encontradas no site www.semprefragil.com.br. Outras formas de contato são através do e-mail [email protected], ou nos telefones 9867-9202 / 7145-8254.