Desde julho, unidade de Análises Clínicas da FMABC apoia o Governo do Estado no combate à pandemia e analisa voluntariamente cerca de 300 amostras por dia encaminhadas pelo Instituto Adolfo Lutz
O Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) acaba de atingir a marca de 100 mil exames de Covid-19 realizados. Instalada no campus universitário em Santo André (SP), a unidade deu início em março aos testes para detecção do novo coronavírus, atuando em parceria com as cidades de São Bernardo e São Caetano. Em abril, o Instituto Adolfo Lutz credenciou o laboratório do ABC, dispensando os resultados de contraprova. Desde então, municípios de diversas partes do Estado passaram a contar com o serviço para suprir a grande demanda por testes.
Do total de exames já realizados, cerca de 65% são do tipo RT-PCR e 35% de sorologia (teste rápido, ELISA e eletroquimioluminescência). Ao todo, 10 cidades estabeleceram convênios com a Faculdade de Medicina do ABC para exames de Covid-19: Santo André, Ribeirão Pires, Mauá, Cajamar, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Mairiporã, além de São Bernardo e São Caetano.
Ratificando seu papel social, desde julho o Laboratório mantém parceria com o Governo do Estado para realização de exames sem custos adicionais. “Fomos procurados pelo Estado e aceitamos ajudar. O volume de testes era muito grande e passamos a receber as amostras e os reagentes aqui na FMABC. Analisamos cerca de 300 exames por dia encaminhados pelo Instituto Adolfo Lutz e emitimos os resultados em no máximo 48 horas. Do total de 100 mil testes que já concluímos, 15 mil foram em função dessa parceria estadual”, detalha o vice-reitor do Centro Universitário e coordenador do Laboratório de Análises Clínicas da FMABC, Dr. Fernando Luiz Affonso Fonseca.
Ao todo são 350 funcionários diretos atuando no Laboratório, sendo 12 especificamente na área de Biologia Molecular. “O trabalho de Análises Clínicas é fundamental no combate à pandemia, não somente para o diagnóstico da doença, mas também para o monitoramento dos pacientes internados, que seguem realizando exames periódicos para verificação da carga viral”, explica Fernando Fonseca.
POSITIVIDADE DOS CASOS
De acordo com o vice-reitor do Centro Universitário Saúde ABC, a positividade dos casos chegou a 40% no início da pandemia e, agora, gira em torno de 20%. “No ápice da pandemia, recebíamos amostras de famílias inteiras positivas para a doença. Era algo assustador. Com o passar do tempo, os índices foram caindo em sintonia com o aumento das medidas de isolamento social. Além disso, a maior conscientização da população para as ações preventivas, como uso de máscara e do álcool gel, também contribuiu bastante para a mudança de cenário”, informa Fonseca.
Outro fator que pode estar relacionada à queda nas taxas de contágio e ao melhor controle da doença é a adaptação do vírus ao homem e do homem ao vírus, mas este é um tema que ainda necessita de estudos adicionais.
METODOLOGIA PRÓPRIA
A equipe do Laboratório de Análises Clínicas da FMABC iniciou em janeiro a padronização de metodologia própria para exames de RT-PCR e enviou o pedido de credenciamento ao Instituto Adolfo Lutz, que avaliou o protocolo utilizado, a condução da reação, a coleta das amostras e a forma como é feita a extração do material genético-viral. O processo foi aprovado e o Centro Universitário Saúde ABC passou a realizar, em março, exames para São Caetano e São Bernardo, cujos resultados positivos ainda eram enviados para contraprova no próprio Adolfo Lutz. Posteriormente, em abril, o credenciamento foi publicado no Diário Oficial. Desde então, os casos positivos são notificados diretamente à Secretaria de Estado da Saúde, sem necessidade de contraprova. Já os testes sorológicos – modalidade que inclui os testes rápidos – começaram em abril.
Além do Dr. Fernando Fonseca, integram a equipe responsável pelo projeto os pesquisadores Aleksandra Sant´Anna, Claudia de Oliveira, Thaís Moura Gascón, Beatriz Alves, Glaucia Luciano, Matheus Perez, Katharyna Gois e Marina Peres.
Dr. Fernando Fonseca