Volpi fala sobre sua gestão no Consórcio e defende mandato de dois anos

Na manhã de terça-feira (30), o prefeito de Ribeirão Pires e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Clóvis Volpi (PV), concedeu entrevista coletiva para falar sobre os 20 anos da entidade e sobre a experiência de ser o primeiro gestor do Consórcio nos moldes de instituição pública.

Volpi foi o primeiro presidente do Consórcio nos moldes de entidade pública

Volpi afirmou que sabia que sua gestão como presidente seria apenas para implantação do Consórcio Público e, apesar de não pretender estar à frente da entidade por mais um ano, defende que o mandato seja de dois anos. “Um ano é muito pouco para implementar qualquer tipo de trabalho”, disse ele, acrescentando que o atual vice-presidente e prefeito de Diadema, Mario Reali (PT), “pelas conversas que estamos tendo”, é a pessoa mais indicada para sua sucessão. “Ele tem pensamentos regionalizados e, para ser presidente do Consórcio, é preciso ter vontade e pensar regionalmente”.

O presidente avaliou como positivos os primeiros 20 anos de existência da entidade. “Nessas duas décadas, o Consórcio realizou várias ações que trouxeram benefícios para a região, como a construção da rede de piscinões, dos hospitais Serraria, em Diadema, e Regional de Clínicas Mário Covas, em Santo André, a instalação das FATECs – Faculdades de Tecnologia, em quatro dos sete municípios, e a criação do Programa Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência”.

Entretanto, ele ressaltou que ainda há a se fazer. “A capacidade dos piscinões, por exemplo, ainda não chegou ao nível ideal. Para ampliarmos o número de piscinões que vai dar tranquilidade com relações às enchentes, as Prefeituras precisam desapropriar imóveis, porque o Estado realiza a obra, mas é o prefeito quem tem que dar o imóvel. Hoje, estamos fazendo a discussão que o Estado também poderia fazer as desapropriações, ou em outro caso, dependendo do piscinão, se vai beneficiar duas ou três cidades, essas desapropriações poderiam ser compartilhadas com um fundo que nós criaríamos e faríamos aportes financeiros”.

Muitas pessoas criticam que nesses 20 anos a entidade jamais cumpriu sua função, como resolver o problema da destinação de lixo e do transporte público. Questionado sobre isso, ele disse que, às vezes, as críticas são válidas, mas fez ressalvas. “As críticas existem e vêm até dos próprios prefeitos que passaram pelo Consórcio. O Consórcio foi criado para resolver, tomar atitudes e ações, mas não realizar ações, esse é o entendimento que se deve ter, porque não havia uma legislação que permitisse isso. Essa crítica, às vezes, tem validade, mas é que não se percebia exatamente esta diferença que houve a partir de 2010. Com a transição de Consórcio da iniciativa privada para Consórcio Público, é que vai permitir que se consiga fazer realizações”.

De agosto a setembro deste ano, a equipe técnica que compõe os Grupos de Trabalho do Consórcio, em parceria com o Sebrae, elaborou o Planejamento Regional Estratégico que irá guiar as ações a serem desenvolvidas pela entidade nos próximos dez anos. O novo documento será lançado no dia 9, em evento de comemoração do aniversário da entidade. A peça destaca assuntos que hoje são grandes desafios para a região, como o conceito de mobilidade urbana associada às questões do trânsito e transporte, maior oferta de acessibilidade aos deficientes e inspeção veicular. “Os projetos vão permitir, aos próximos 10 presidentes, efetivar essas ações, compartilhar, inclusive, financeiramente”, concluiu.

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