No nosso Brasil varonil de praias, florestas, (que estão sendo extintas), e belezas mil, impera desde o Império a filosofia do Estado e dos funcionários públicos, de criar dificuldades para vender facilidades.
Isso pode ser comprovado em “quase” qualquer repartição pública onde o jeitinho brasileiro pode resolver no “quase” tudo, desde que o interessado conheça o mediador certo e se disponha a pagar o preço.
“Quase” diariamente noticiários divulgam toda sorte de falcatruas perpetradas por agentes de públicos. Do simples atendente de uma repartição municipal, ao Presidente da República.
Nos tempos pré radar e câmeras de vigilância, era comum os motoristas que viajavam muito e tinham conhecimento do esquema, reservarem um valor junto aos documentos para subornar os agentes fiscalizadores, hoje a prática está sendo coibida pela tecnologia dos radares e câmeras que gravam dados e imagens das infrações e da ação dos agentes.
Entretanto algumas regras criadas pelo CONTRAN na pré história dos exames para obtenção da carteira de motorista continuam em vigor, embora modernas tecnologias disponíveis que equipam veículos atualmente como câmbio automático, avisos sonoros ou câmeras de ré não são permitidas em veículos de instrução das Auto escolas e uma seta acionada com atraso, ou um toque de pneu no meio fio ao estacionar são faltas eliminatórias além de outras aberrações descritas na planilha que publicamos abaixo.
Mas voltando ao esquema de criar dificuldades para vender facilidades, a prática continua em vigor. Apesar das novas tecnologias de identificação digital do candidato a obter sua carteira de habilitação, o conluio entre Auto Escola e agentes públicos continuam a burlar o sistema e manter funcionando o esquema de propina, e recentemente levou ao cárcere, funcionários do DETRAN de Ribeirão Pires, diretores de Auto Escolas e ao fechamento das mesmas.
Está mais que na hora do CONTRAN se debruçar sobre a questão da habilitação de novos condutores e modernizar a sistemática de avaliação dos candidatos a novos motoristas, afim de preparar condutores aptos a dirigir em nossas ruas e estradas e não meros teleguiados treinados para “passar no exame”, como vem acontecendo atualmente.