Em 15 de novembro de 1989, o jornal o Estado de São Paulo publicou uma edição histórica dos cem anos de regime republicano no Brasil, reproduzimos abaixo o texto publicado na primeira página do “Estadão”.
‘’Passava um pouco da 9 horas da manhã de 15 de novembro quando o novo Brasil começou a nascer. Cercado no Quartel General do Rio de Janeiro, no Campo de Santana, pelos rebeldes sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, o chefe do Conselho de Ministros, Visconde d’ Ouro Preto, ordenou ao Marechal Floriano Peixoto que esmagasse a rebelião com a mesma energia mostrada na Guerra do Paraguai. “As bocas-de-fogo no Paraguai, senhor ministro, eram inimigas”, respondeu Floriano. E acrescentou a um incrédulo Ouro Preto: Aquelas que Vossa Excelência está vendo são brasileiras”. O Império caia sem reagir.
A esperança dos conservadores de que os rebeldes se contentariam com a simples troca de Ministérios foram sepultadas à noite, quando os brasileiros receberam a comunicação, em documento já assinado pelo Governo Provisório, de que havia sido decretada “a deposição da dinastia imperial e, consequentemente, a extinção do sistema monárquico”. A República ganhou imediato apoio popular. A família imperial partiu para o exilio dois dias depois e o novo governo começou imediatamente a trabalhar para atender às expectativas que o movimento republicano vinha semeando desde o século passado’’.
