Jabuti como animal de estimação

O jabuti é um animal exclusivamente terrestre, diferente de sua parente réptil tartaruga que coloca seus ovos em ambiente terrestre e passa sua vida na água seja marinha ou água doce. Pode viver em de 50 a 80 anos em média, sendo que o quelônio mais velho vivo hoje, é um jabuti gigante de 186 anos. Desta forma, pense antes de adquirir um colega quelônio pois será companheiro da família por gerações!

Está na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção e, é protegido pelo Ibama, que autoriza apenas a criação de dois tipos, o jabuti-piranga e o jabuti-tinga e deve ser adquirido de um criador licenciado. 

É dócil, convive bem com crianças e outros animais de diferentes espécies sem problemas. Tem as pernas e cauda fortes com escamas de casco arredondado. Os machos são ligeiramente maiores e têm a barriga côncava, enquanto a das fêmeas é reta. Botam ovos que enterram, possuem hábitos diurnos e vivem em grupos.

A carapaça é uma estrutura óssea formada pelas vértebras do tórax e pelas costelas e funciona como uma caixa protetora onde o animal se recolhe quando molestado e podem chegar aos 70 cm de comprimento. 

Pode viver em quintal ou terrário, com casinha de cachorro ou toca, comedouros e bebedouros adequados e de fácil acesso sendo de extrema importância a exposição ao sol diariamente tanto para manter-se aquecido, já que é um animal de sangue frio, como para viabilizar o metabolismo do cálcio pela vitamina D que é ativada por meio da exposição a luz ultravioleta emitida pelos raios de sol. 

O metabolismo do cálcio para jabutis é fundamental devido a mineralização do sua carapaça caso haja deficiência vitamínica este pode amolecer. O casco deve ser liso e uniforme ter o desenho com padrão de polígonos porém sem muitas deformações

Caso não haja exposição ao suficiente calor no ambiente, deve-se oferecer luz artificial por meio de lâmpadas específicas que podem ajudar a manter a temperatura ideal entre 25 e 28ºC. A umidade do ambiente tem bastante influência sobre a saúde da respiração e troca de pele, sendo ideal a níveis de 70 a 85% já que em ambiente natural vive nas florestas úmidas do país.

Recomenda-se piso rústico de terra ou grama no recinto para o jabuti não escorregar no piso liso e evitar problemas nas patas e ossos. Quedas, ataques, atropelamentos e outros acidentes podem causar fraturas de membro, internas e no casco do jabuti. Este é um caso de emergência veterinária pois o animal estará sujeito a infecções.

São animais muito rústicos, sobrevivendo a condições inadequadas, porém para oferecer uma boa qualidade de vida e condições de bem estar deve-se oferecer ração específica para a espécie que evita deficiências vitamínicas. 

Outra importante patologia comum na espécie é a hipovitaminose A que  causa lesões e descamação da pele e olhos fechados com edema na pálpebra. 

Hipervitaminose também pode ser prejudicial aumentando riscos de infecções, procure a orientação de um médico veterinário caso perceba estes sintomas ou decida suplementar a dieta do seu amigo de casco.

É onívoro e tem alimentação bastante variada, onde 85% da dieta deve ser baseada em vegetais, 10% em frutas e 5% proteína animal. Uma vez ao dia ofereça frutas, legumes e folhas, de preferência às escuras, como de mostarda, folhas de beterraba, agrião, repolho, cenoura, couve, rúcula, salsa, brócolis, espinafre, repolhos e etc. Pode-se oferecer ovo cozido com casca e carne moída crua além da ração para variar o cardápio.

Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.

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